Hoje (20) pela manhã, o FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil) promoveu o webinar Retoma São Paulo – A importância da recuperação das diárias para a sustentabilidade. Realizado em parceria com a Elo, o encontro teve a participação de Pedro Cypriano, sócio-diretor da HotelInvest; Gabriela Otto, presidente da HSMAI Brasil e CEO da GO Consultoria; Eduardo Giestas, presidente do conselho do FOHB e CEO da Atlantica Hospitality International; e Orlando de Souza, presidente executivo da entidade. Além disso, importantes líderes de redes nacionais, como Chieko Aoki (Blue Tree Hotels), Alexandre Gehlen (Intercity Hotéis) e Thomas Dubaere (Accor), também fizeram inserções durante a transmissão.

“Todos nós precisamos estar alinhados, não só os pequenos hoteleiros, mas também os grandes players, nessa pauta. Se as diárias não subirem, pois há uma defasagem nos preços, consequentemente o setor levará mais tempo para operar em níveis de 2019”, pontuou Dubaere, em sua fala. Em seguida, Cypriano apresentou dados do panorama da recuperação da hotelaria em São Paulo. O executivo também ressaltou a necessidade de as diárias médias acompanharem o processo de recuperação para viabilizar novos investimentos, não só na cidade de São Paulo, mas no Brasil como um todo.

“Se compararmos 2020 com o período pré-pandemia, fica claro que os hotéis que foram mais resilientes em questão de diária tiveram quedas menos expressivas na taxa de ocupação e, consequentemente, alcançaram melhor RevPar”, comentou. “Em São Paulo, quando analisamos o período de abril a setembro deste ano, observamos uma recuperação muito sólida e as diárias precisam reagir proporcionalmente para que consigamos acelerar esse processo”, acrescentou, apontando que, sem aumento de ADR, a recuperação efetiva pode levar até quatro anos.

“Aumentando a tarifa, nós ampliamos o patrimônio e, consequentemente, a capacidade de criar novos investimentos”, complementou.

FOHB: importância da relação diária média x ocupação

Dando continuidade ao debate, Gabriela iniciou sua participação falando sobre as novas condições de mercado e novas tecnologias para o setor hoteleiro. Para ela, essa combinação deveria guiar o processo de retomada. Além disso, ela reforçou a importância do equilíbrio da relação diária média versus ocupação daqui em diante para garantir uma recuperação efetiva.

“Quando operamos com uma diária média abaixo do mercado, ganhamos em ocupação. Por outro lado, quando os preços sobem, a venda de hospedagem tende a cair. Neste sentido, a integridade tarifária das empresas é extremamente importante, pois o posicionamento de preço tem que obedecer ao da marca”, disse.

Giestas: momento de aprendizado para voltar a crescer

Gabriela apontou itens importantes no processo de precificação, como antecedência da reserva, período, canal da compra, categoria dos apartamentos, formas de pagamento, entre outros. “Mapear bem os custos gerais, negociar assertivamente com os contratos corporativos e se adequar à elasticidade do mercado são alguns dos itens que vão nos levar a um novo ciclo de crescimento”, concluiu.

Gehlen, por sua vez, reforçou a fala de Cypriano, apontando que é muito mais produtivo analisar a retomada dos preços em detrimento dos custos em vez de definir os preços proporcionalmente à alta nas taxas de ocupação.

No momento final do webinar, Giestas apresentou argumentação que corrobora com o raciocínio dos demais participantes, apontando que, para garantir a recuperação da hotelaria, é necessário aumentar os preços, independentemente da demanda.

“Nós temos um movimento muito intensificado de recuperação de preços. Nós não seremos avaliados ano que vem pela média de ocupação, mas pela capacidade de ter acelerado este processo de recuperação de preços, além da reposição salarial. Acho importante tirarmos um aprendizado deste momento para sabermos lidar em uma eventual próxima crise”, ressaltou.

(*) Crédito da capa: Divulgação/FOHB

(*) Crédito da foto 1: Vinicius Medeiros/Hotelier News

(*) Crédito da foto 2: Divulgação/Atlantica Hospitality International