O FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), em parceria com a BHC (Bonadona Hospitality Consulting), divulgou hoje (1) relatório com as curvas de recuperação da taxa de ocupação, diária média e RevPar dos hotéis associados. Os dados divulgados pela entidade, que alertou para a importância da recuperação das diárias médias, são comparados aos registrados em 2019, ano pré-pandemia. A análise dos números ressalta retrocesso provocado pela segunda onda da Covid-19, que atrasou a recuperação em curso – além de ter provocado o fechamento de propriedades.

Vale ressaltar que as diárias médias e o RevPar estão corrigidos pela mesma variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que inflaciona a folha, mercadoria consumida, utilidades e outras despesas. Segundo o relatório, no início da pandemia, em março do ano passado, houve queda de 92% na taxa de ocupação, que chegou a expressar sinais de recuperação em janeiro deste ano, até ter nova queda, de 64%, em abril (impacto da segunda onda).

A defasagem no indicador vem diminuindo desde maio de 2021, em um ritmo de 9 pontos percentuais mês a mês. Em outubro, a média consolidada do Brasil ainda registrou resultado 10% abaixo do mesmo período de 2019.

Em relação à diária média, os resultados acompanham as variações da taxa de ocupação, com defasagem diminuindo, também, desde abril de 2021, em um ritmo de 1,7 pontos percentuais a cada mês. Em outubro, a diária média consolidada registrou nível 17% inferior em relação ao ano antecessor da pandemia.

O RevPar, por sua vez, em abril de 2021, estava a 74% abaixo do benchmark de 2019 e recuperou, entre abril e outubro, 48 pontos de defasagem – 8 pontos ao mês, com bom salto em julho, devido ao período de férias.

FOHB: comportamento dos destinos na retomada

O relatório escolheu três destinos – São Paulo, Recife e Rio de Janeiro – para ilustrar o comportamento das curvas de recuperação, que se apresenta de formas distintas em cada um deles.

São Paulo, por exemplo, é o destino mais voltado para demanda corporativa, com grandes eventos e clientes estrangeiros e está, desde a primeira fase da recuperação, com atraso em relação a Rio de Janeiro e Recife, com mix de demanda voltado para o lazer e clientes regionais.

Desde setembro, segundo o FOHB, Recife tem registrado resultados positivos. O Rio de Janeiro acompanhou o ritmo da cidade em outubro e São Paulo continua se recuperando, mas ainda 35% abaixo dos níveis registrados em 2019. Dos três destinos, apenas o Rio de Janeiro tem conseguido performar diária média no mesmo nível de dois anos atrás.

São Paulo, com a pior taxa de ocupação, apresenta também o pior resultado em relação à diária média, performando 31% abaixo de 2019. O RevPar, por fim, deve seguir a mesma tendência da taxa de ocupação.

Em relação ao indicador, São Paulo manteve em outubro mais de 50% de defasagem em relação a 2019, enquanto Rio e Recife performaram acima dos índices registrados no ano pré-pandemia.

(*) Crédito da foto: Pexels/Pixabay