Em tempos de retomada, novas formas de gerar receita são pontos de atenção para a hotelaria. Além de promover experiências seguras aos hóspedes, os empreendimentos passaram a olhar o A&B (Alimentos & Bebidas) como uma fonte de renda relevante. No dia 4 de novembro, o FHAN (Fórum de Hospedagem e Alimentação Nordeste) debaterá tendências para a gastronomia nos hotéis e seus desdobramentos.

À frente da discussão estará Henrique Michel, sócio-fundador da Simple Planejamento e Gestão, focada em consultoria hoteleira e professor associado da Fundação Dom Cabral. O profissional explica que a abordagem do conteúdo será voltada aos menus dos empreendimentos, destacando a importância da entrega de pratos sazonais que valorizem os potenciais de cada destino.

“Vamos tratar da falta de diferenciação dos serviços de A&B hoteleiro no mercado. Hoje, encontramos pratos muito semelhantes, com falta de identidade regional. É comum os empreendimentos oferecerem menus extensos que não trazem nada de novo. Se você está em Recife, São Paulo ou Porto Alegre, sempre encontramos risotos, hambúrgueres, entre outras opções pouco elaboradas”, destaca Michel.

Com entregas que não deixam o lugar comum, muitos hóspedes e clientes dão preferência para restaurantes externos, perdendo parte de uma possível receita relevante no fim do mês. “É mais produtivo optar por um menu mais enxuto com itens sazonais, apresentando as vocações do destino como uma forma de atrair o público”, complementa.

FHAN - henrique michel

Henrique Michel será o palestrante convidado

FHAN: A&B na retomada

Michel ressalta que as receitas geradas pelo A&B são importantes não apenas durante o período de retomada e afirma que alguns empreendimentos chegaram a ter 57% do seu faturamento oriundo da gastronomia. “Em alguns casos, é uma receita que supera a hospedagem. Vale lembrar que os hotéis precisam ser avaliados de maneira individual, com atenção aos diferenciais dos serviços”, pontua.

No caso do chef de cozinha, enxugar as opções do menu proporciona uma melhor entrega dos pratos, visto que é raro encontrar um profissional que tenha excelência em diferentes tipos de gastronomia. “É difícil achar um chef que faça sushi e vaca atolada, por exemplo. Logo, faz mais sentido o hotel ter uma proposta gastronômica mais afinada e restrita. O nome do jogo agora é oferecer aos clientes produtos que ele não consegue no delivery, com experiências diferenciadas e itens de boa qualidade”, diz Michel.

O FHAN será realizado entre os dias 3 e 5 de novembro, em paralelo ao HFN (Hotel & Food Nordeste), no Centro de Convenções de Pernambuco.

(*) Crédito da capa: Pixabay

(**) Crédito da foto: arquivo pessoal