De acordo com levantamento divulgado recentemente pela FGV (Fundação Getulio Vargas), o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro avançou 0,6% em fevereiro frente ao mês anterior. De acordo com a Fundação, o resultado foi alavancado principalmente pela retomada do setor de serviços, o mais afetado com as restrições impostas pela pandemia da Covid-19, revela a CNN.

Em números absolutos, a FGV aponta que o acumulado do PIB nos dois primeiros meses de 2022 foi de R$ 1,3 trilhão. Claudio Considera, economista que coordena o Núcleo de Contas Nacionais da pesquisa, explica que os principais estabelecimentos do setor de serviços dependem da interação entre pessoas, o que era impossibilitado por conta da crise sanitária.

“Os serviços estão crescendo muito em relação ao ano passado, as pessoas não se sentiam seguras, afetando segmentos como hotelaria e viagens aéreas, que agora trilham recuperação. O comércio é que ainda não reagiu, devido à alta de preços e juros”, pontua.

Neste sentido, a Fundação aponta que o comércio de bens não duráveis, como alimentos e combustível, foi a única categoria a apresentar alta no período, avançando 2,5% em comparação com fevereiro do ano passado. Já os duráveis, como automóveis e eletrodomésticos, tiveram queda significativa, de 8,6%. Considera destaca que o recuo pode ser atribuído à alta inflação, que impulsiona o aumento dos juros e causa perda do poder de compra das famílias.

Outros indicadores

As exportações, puxadas pela indústria agropecuária, cresceram 12,5% no trimestre terminado em fevereiro, na comparação com igual período de 2021. Já as importações registraram queda de 2,1% no mesmo recorte de tempo. A FGV observa ainda que os bens de capital (-20,1%), como maquinário, e intermediários (-5,7%) foram responsáveis pela baixa. Além deles, a importação de produtos agropecuários também recuou, caindo 17,8%.

Para o ano, a expectativa é de que o PIB brasileiro cresça 0,8%, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), aponta o Info Money. A estimativa, por outro lado, ainda não se aproxima do crescimento registrado em 2021, de 4,6%, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Já para 2023, o Fundo revisou a estimativa para baixo, de 1,6% para 1,4%, devido às consequências globais causadas pela guerra na Ucrânia.

(*) Crédito da foto: joaogbjunior/Pixabay