Segundo estudo divulgado hoje pela FGV (Fundação Getulio Vargas) com apoio do Sebrae, a confiança dos micro e pequenos empreendedores registrou queda em março. O ICOM-PME (Índice de Confiança do Comércio de Micro e Pequenas Empresas) teve retração de 21,6 pontos, passando de 89,9 pontos em fevereiro para 68,3 no mês passado, de acordo com a matéria publicada pelo G1.

Já o ICS-PME (Índice de Confiança de Serviços de Micro e Pequenas Empresas) recuou 6,1 pontos, atingindo a marca de 75,1 pontos. Desta forma, os indicadores estão nos mesmos patamares da recessão econômica enfrentada em 2014 e com níveis semelhantes aos observados em julho do ano passado, interrompendo o ciclo de recuperação que vinha acontecendo desde o segundo semestre de 2020.

Um dos fatores que pode ter contribuído para os resultados é o fim dos programas emergenciais e adoção de medidas mais restritivas por grande parte dos governos estaduais, de acordo com o Sebrae. Em abril, os números podem ser ainda piores, porém a nova rodada de auxílios à população e a vacinação devem atenuar o impacto, segundo Carlos Melles, presidente da entidade.

FGV: setores mais afetados

O comércio foi um dos setores mais impactados, em especial os micro e pequenos empreendedores. Em março, as médias e grandes empresas afetadas registraram queda de 18,5 do ICOM.

“Esse é mais um sinal de alerta para os pequenos negócios, que não têm capital de giro suficiente para se manter durante tanto tempo. Além disso, os consumidores estão mais retraídos, pensam mais antes de gastar e estão se preocupando em poupar para evitar impactos mais profundos no futuro”, explica Melles.

Já o setor de serviços, que engloba segmentos como o turismo, hotéis, bares e restaurantes, tem a restrição da circulação de pessoas como seu pior inimigo, levando os consumidores a comprarem pela internet em vez de serviços onde a presença física se faz necessária. Em março, o índice de confiança deste mercado teve a pior queda em nove meses.

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