Ao final de fevereiro, a FGV (Fundação Getulio Vargas) apontava alta na confiança do consumidor após atingir o menor nível em sete meses em janeiro. Os dados divulgados hoje (1) pela instituição reforçam a informação, quando o IIE-BR (Indicador de Incerteza da Economia) recuou 9,2 pontos, chegando a 128,2 pontos.

Esta é a primeira vez desde o início da pandemia que o indicador ficou abaixo do ponto máximo, alcançado em setembro de 2015 (136,8 pontos). O IIE-BR encerrou fevereiro 13 pontos acima do registrado no mesmo período em 2020, mês que antecedeu a explosão da pandemia no país.

“A terceira queda consecutiva do indicador de incerteza foi motivada tanto pelo componente de Mídia – que mede a frequência de notícias de incerteza nos principais jornais de imprensa -, quanto pelo componente de expectativa – que mede a dispersão das previsões para os próximos 12 meses. A melhora dos indicadores tem respaldo no avanço da campanha de imunização contra a covid-19 no Brasil, que, apesar de conturbada, e competindo com a piora da pandemia nos estados, impacta positivamente o cenário econômico e as expectativas dos agentes para um possível retorno à normalização da economia. Apesar dos avanços recentes, situação sanitária ainda difícil, o ritmo relativamente lento da campanha de imunização e a situação fiscal desafiadora tendem a manter os níveis de incerteza ainda acima dos níveis pré-pandemia por algum tempo”, afirma Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE.

FGV - indicador da economia

FGV: componentes do indicador

Os dois componentes do Indicador de Incerteza recuaram em fevereiro. O componente de Mídia caiu 6,1 pontos, para 122,2 pontos, contribuindo negativamente em 5,3 pontos para a queda do indicador geral no mês. O componente de Expectativas, que mede a dispersão das previsões para os 12 meses seguintes, recuou pela terceira vez consecutiva, agora em 18,2 pontos, para 140,5 pontos, contribuindo para a queda no indicador agregado com 3,9 pontos. Ambos os componentes ainda não devolvem as altas dos piores momentos da pandemia, com o primeiro devolvendo 89% das altas de março a abril de 2020 e, o segundo devolvendo 79% das altas de março a maio de 2020.

(*) Crédito da capa: geralt/Pixabay

(**) Crédito do gráfico: Divulgação/FGV