A inflação segue tirando o sono dos brasileiros e sendo motivo de muitas incertezas para 2022. Produzido pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), o IIE-Br (Indicador de Incerteza da Economia) deixa isso cristalino. O indicador, por exemplo, subiu um ponto entre abril e maio – chegando a 115,9 pontos.

Em entrevista ao G1, Anna Carolina Gouveia afirma que como não há sinais de redução da inflação, pelo menos não em curto e médio prazo. Segundo a economista responsável pelo IIE-Br, é provável que o indicador continue a atingir patamares elevados nos próximos meses.

Ela também explica que, entre 2020 e 2021, o fator de maior instabilidade do IIE-Br era a pandemia. No entanto, com a guerra no Leste Europeu, além de dúvidas sobre como o conflito afetaria a economia brasileira, o indicador subiu em fevereiro (0,7 pontos) e março (4,2 pontos). Já em abril, houve queda de 6,4 pontos.

Endividamento das famílias

Em maio, o aumento da inflação ganhou mais espaço no cenário. Outro aspecto ressaltado pela economista é que a escalada da taxa acontece em um momento em que o endividamento das famílias atingiu patamar recorde. Consequentemente, sem o poder de compra, as incertezas são ainda maiores.

Quanto ao futuro do indicador, Anna considerou ser difícil o IIE-Br chegar a menos de 110 pontos em 2022. A técnica do FGV Ibre ainda ressaltou que, além da inflação, o segundo semestre também será impactado pelas eleições.

(*) Crédito da foto: Ikzmiranda/Pixabay