Seguindo a tendência de crescimento de março, o turismo nacional continua apresentando resultados positivos, impulsionado especialmente pelo setor aéreo. Dados divulgados hoje (22) pelo Conselho de Turismo da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) apontam que, em abril, o setor faturou R$ 15,3 bilhões, alta de 47,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

Por conta da pandemia, comparações anuais deixaram de ser informações elucidativas. Neste caso, contudo, o percentual não é resultado de uma base comparativa frágil, visto que em abril do ano passado, o setor também cresceu 36%. Frente ao mesmo mês de 2019, período anterior à pandemia, o setor ainda está 7,5% abaixo do registrado. Ainda assim, em 2022, o ano acumula alta de 32,2%.

Embora os resultados sejam bastante positivos, os custos altos continuam sendo um obstáculo para todas as empresas do ramo, visto que impactam toda a cadeia, incluindo o consumidor final. Na avaliação da presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Mariana Aldrigui, acompanhar os sinais da economia para o próximo semestre é essencial para garantir a preservação de empregos e empresas do setor.

“É importante ter em mente que os gastos com turismo são discricionários tanto para as empresas quanto para as famílias, e um dos efeitos do aumento constante de preços é a modificação e/ou cancelamento deste tipo de despesa”, explica Mariana.

Setor aéreo e outras atividades

Entre as principais atividades avaliadas pela pesquisa, o transporte aéreo foi destaque, com elevação de 159,7% na comparação anual. No total, o segmento faturou R$ 4,6 bilhões em abril, superando o nível registrado no mesmo mês de 2019. Além da recuperação do mercado no pós-pandemia, o que mais influenciou o segmento foram a ampliação da malha aérea, a gradual recuperação da demanda e a alta nos preços das passagens, causada pelo aumento no valor do querosene de aviação.

A segunda atividade a apresentar o maior crescimento do setor foram os serviços de alojamento e alimentação, com alta de 56,1%, ao faturar R$ 4,5 bilhões, embora ainda fique 12,9% abaixo dos valores pré-pandemia. O que pode explicar o resultado foi o aumento na ocupação dos hotéis, impulsionado pelo turismo gerado nos feriados de Sexta-feira Santa, Tiradentes e nos desfiles de carnaval.

Já as atividades culturais, recreativas e esportivas obtiveram faturamento de R$ 1,1 bilhão no quarto mês do ano, alta de 21,7%. No entanto, por conta da inflação, que limita a atratividade dos consumidores, o resultado representa queda de 24,2% frente a abril de 2019.

Ao mesmo tempo, o transporte terrestre, que inclui ônibus intermunicipal, interestadual e internacional e trens turísticos, apontou avanço de 10,9%. Com um faturamento de R$ 2,6 bilhões, o segmento superou em 1,9% o nível pré-pandemia. Segundo a entidade, é possível que os ônibus se tornem uma alternativa para turistas diante do aumento expressivo dos preços de passagens aéreas.

As locadoras de veículos, agências e operadoras de turismo cresceram 2,5%, faturando R$ 2,5 milhões. O reduzido desempenho pode ser explicado pelas recentes quedas nas tarifas de locação de veículos. Enquanto isso, o transporte aquaviário apresentou queda de 2,3%, obtendo R$ 42,3 milhões (o menor entre as atividades). No entanto, o atual patamar foi superior em 27,3% ao de abril de 2019, visto que evoluiu bastante durante a pandemia.

(*) Crédito da foto: Unsplash