O ano de 2021 encerrou em alta para o turismo paulistano, com crescimento de 39% frente a 2020. E o que parecia ser o início da subida foi impactado pelo avanço da variante Ômicron já no primeiro mês de 2022. De acordo com a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), o IMAT (Índice Mensal de Atividade do Turismo) registrou queda de 6,8% em janeiro.

O indicador apontado pelo CT (Conselho de Turismo) voltou a 80, após os 85,9 alcançados em dezembro. Em comparação ao mesmo período do ano passado, quando a cidade enfrentava o início da segunda onda da pandemia do coronavírus, houve crescimento de 36,6%.

A taxa média de ocupação hoteleira foi a que mais influenciou o desempenho negativo no mês: de 58,9%, em dezembro, para os atuais 48,7%. Em comparação a janeiro de 2021, houve alta de 17,3 pontos porcentuais – a taxa era de 31,4% no período. O faturamento das empresas do setor também apresentou queda. A baixa foi de 15,4% na comparação com dezembro: o índice está em 75,1, 25% abaixo do período pré-pandemia. Na comparação interanual, apontou-se aumento de 78%, em razão da base fragilizada e das limitações dos setores no início do ano passado.

Em razão do Covid-19, da redução da oferta e do cancelamento de voos por falta de tripulação, além dos cancelamentos efetuados pelos passageiros, a movimentação nos aeroportos diminuiu, com queda de 4,9% em relação a dezembro (alta de 36% no contraponto anual).

A despeito da menor circulação de pessoas nos aeroportos, a movimentação nas rodoviárias cresceu 9,5%: 1,2 milhão de passageiros, 105 mil a mais que em dezembro, passaram pelos terminais. Ao comparar o resultado de janeiro com o mesmo período de 2020, a alta registrada na movimentação de passageiros pelos terminais rodoviários foi de 43%.

Por fim, o emprego registrou queda de 0,3% e voltou a ficar abaixo dos 400 mil trabalhadores ligados ao setor de turismo na capital paulista. Apesar do desempenho desfavorável, o atual patamar está praticamente igual ao de janeiro de 2020.

FecomercioSP - turismo sp - gráfico

Volta à normalidade

Na avaliação da FecomercioSP, apesar de a nova cepa ter afetado a economia em janeiro (e até mesmo em fevereiro), superando o auge de casos e internações, a rotina foi gradualmente retomada, bem como a confiança de empresários e consumidores. Assim, apesar do temor quanto a cancelamentos no primeiro trimestre, os eventos e as viagens devem ocorrer de forma cada vez mais intensa.

Para Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, com base na observação dos dados sobre a pandemia em outros países, é possível que esta esteja, de fato, arrefecendo, com perspectiva de movimentos com menos oscilações nos resultados relativos a fevereiro.

“Estratégias de diversificação da demanda, incluindo mais alternativas para o turismo de lazer e construindo novas opções para o turismo de negócios, podem trazer melhores resultados. Naturalmente, é fundamental que o otimismo não impeça o planejamento para efeitos negativos vinculados à inflação e à redução do poder de compra dos consumidores”, avalia.

(*) Crédito da foto: alexramos/Pixabay