O turismo é reconhecidamente um setor resiliente e a prova disso é o otimismo de seu empresariado. Após um ano em que o segmento sofreu perdas de R$ 261 bilhões, de acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), 45% do trade acredita em uma melhora do mercado para 2021, segundo pesquisa realizada pela FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação).

Em contrapartida, 29% do empresariado afirmam que conseguirão manter a estabilidade dos negócios e, no âmbito de retração, 26% temem por queda de faturamento nos próximos meses. Para Alexandre Sampaio, presidente da entidade, o setor ainda precisará percorrer um longo caminho para se recuperar do impacto causado pela pandemia.

“A vacinação geral da população é a nossa melhor chance para conseguir voltar às atividades de forma completa. Sem dúvidas, ainda há um longo percurso para atravessarmos. Hoje em dia, por exemplo, vemos algumas cidades voltarem com restrições para o nosso segmento. Nossa batalha para manter o turismo vivo é constante”, comenta.

FBHA: impacto regional

Recentemente, Mariana Aldrigui, professora da USP (Universidade de São Paulo), informou que São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília foram as capitais que mais perderam empregos dentro do setor.

A pesquisa foi realizada pelo Monitora Turismo, responsável por monitorar 571 atividades divididas em diretas (atividades que existem somente em função do turismo), compartilhadas (voltadas aos residentes, porém intensamente utilizadas por turistas), indiretas (que fornecem bens e serviços às atividades diretas) e aquecidas (atividade sem relação direta com o turismo).

Segundo Sampaio, o trade enfrenta desafios intensos para a sua recuperação, principalmente no que diz respeito ao turismo de eventos. “Esse segmento específico, dentro das atividades turísticas, está debilitado. Nos centros das cidades, é o que mais movimenta a alimentação e a hotelaria. Além disso, tivemos uma redução significativa da hospedagem corporativa, que pode ser incluída dentro desse aspecto. Com o crescimento do home office, as empresas estão, cada vez menos, buscando meios externos para se estruturarem”, informa.

(*) Crédito da foto: Divulgação/FBHA