A Eve, subsidiária da Embraer, anunciou que a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês), deve ocorrer por volta do segundo trimestre de 2022, de acordo com as previsões iniciais da companhia. No início desta semana, a fabricante brasileira de aeronaves comunicou a fusão com a norte-americana Zanite Acquisition Corp, que se unirá às operações da empresa via SPAC (Special Purpose Acquisition Company) de US$ 2,4 bilhões, releva o Airline Weekly.

Além disso, a Eve ainda receberá investimento adicional de um grupo que inclui a Embraer, Zanite e outros investidores como Azorra Aviation, BAE Systems, Bradesco BBI, entre outros. Empresas de outros segmentos também têm realizado movimentações neste sentido, como o Selina, que entrou no mercado de ações via SPAC no começo deste mês.

A fusão com a Zanite tem o objetivo de fazer a listagem das ações da nova empresa na Bolsa de Valores de Nova York. De acordo com Francisco Gomes, presidente executivo da Embraer, o fato de os executivos da Zanite serem acionistas da Directional Aviation Capital – que opera jatos executivos em escala global – teve grande contribuição na decisão de juntar as operações.

“São pessoas que possuem grande conhecimento do mercado de aviação, e ótimos parceiros para compor com a Embraer”, afirma em entrevista à Folha.

Ele pontua ainda que a opção de abrir capital na bolsa dos EUA, bem como a escolha de se fundir a uma SPAC, aconteceu de forma natural, visando facilitar e agilizar o processo de captação junto aos investidores.

A Eve é a primeira empresa da Embraer a abrir o capital. Pelos termos do acordo, a companhia terá acesso à engenharia do conglomerado aeroespacial, bem como sua experiência na certificação de aeronaves.

Projeções

A Embraer permanecerá com participação ativa de cerca de 82% na Eve após a realização do investimento adicional. Gomes pontua ainda que a estimativa é de que até 2025 a empresa tenha obtido todas as certificações necessárias para iniciar suas operações de forma efetiva, com as primeiras entregas previstas para meados de 2026.

O presidente executivo da Embraer também projeta receita de US$ 4,5 bilhões para a Eve em 2030, com participação de 15% no mercado global de mobilidade urbana aérea. A fabricante atuará fornecendo infraestrutura para a subsidiária, incluindo a alocação de engenheiros de acordo com a necessidade dos projetos, além de locais para testes e simuladores de voo.

“Estamos oferecendo à Eve o melhor dos dois mundos: o foco e a agilidade de um disruptor de tecnologia, com a experiência, escala e recursos de um líder global de aviação”, pontua Luis Carlos Affonso, vice-presidente sênior de Engenharia e Estratégia da Embraer.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Eve Air Mobility