Dando continuidade à programação do primeiro dia da Semana da Hospitalidade, a Equipotel aborda as perspectivas para a retomada do turismo. Com moderação de Gabriela Otto, presidente da HSMAI Brasil e Daniel Pereira, gerente de produto da feira, o convidado do painel foi Marco Antonio Navega.

Já com 91% da oferta hoteleira em operação, segundo dados do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), alguns destinos sofrem com a falta de eventos. Por exemplo, o Rio de Janeiro, destino certo para Ano Novo e Carnaval, não terá o respaldo das festas desta vez. “Temos o retorno do doméstico e intervisitação. Turistas do interior indo para a capital e vice-versa. No Rio, tradicionalmente recebemos mineiros, paulistas e paulistanos. Agora, estamos nos adaptando à essa nova realidade, temos um problema sério, vínhamos criando um destino de Natal e que está paralisado”, destaca Navega.

O presidente da Federação C&VB do RJ salienta os auxílios liberados pelo governo como bóia para o setor, mas que infelizmente não poupou vítimas. “O governo federal deu apoio aos funcionários da indústria de turismo como um todo. Porém, imaginava-se uma situação de no máximo seis meses e vamos passar disso”.

Para a hotelaria independente, o cenário é ainda mais delicado. Sem o respaldo financeiro de grandes redes, as empresas familiares encontram saída em operações enxutas. “O dono trabalha, a mulher, o filho. Eles mantém o negócio funcionando com uma quantidade pequena de colaboradores”, afirma Navega.

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Navega: imaginava-se uma situação de no máximo seis meses e vamos passar disso

Equipotel: união do setor

Com 2.700 empresas ligadas à Federação, o presidente da entidade conta que 2 CVBs foram criados no estado do Rio durante a pandemia. O que antes era para ser uma associação de captação de apoio ao setor de eventos se tornou uma união do empresariado local. “Os empresários estão se juntando para fazer negócios entre si. Em julho, foram criados os CVBs de Arraial do Cabo e Santa Maria Madalena”, explica.

Segundo o convidado, para a o turismo pós-pandemia, o maior legado será a junção de players em prol de um objetivo comum. “Estamos iniciando um grande mutirão. Esta é a arte de trabalhar junto. Entidades estão buscando pontos em comum e discutindo divergências. Estamos vendo pessoas com boa vontade para ajudar”.

(*) Crédito da capa: raphaelnogueira/Pixabay

(**) Crédito da imagem: reprodução da internet