Enchentes no RS geram prejuízo de R$ 87 bilhões, aponta BID
23 de setembro de 2024As enchentes que atingiram o RS no primeiro semestre de 2024 causaram uma perda estimada em R$ 87 bilhões, segundo Ilan Goldfajn, presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em entrevista à Folha de S. Paulo. A avaliação foi realizada em parceria com o Banco Mundial e a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe).
De acordo com Goldfajn, o desastre resultou em uma queda de 1,8% no PIB estadual. Ele mencionou que o BID já liberou 70% dos R$ 1,5 bilhão destinados à ajuda emergencial e humanitária, além de planejar mais R$ 4 bilhões para projetos de reconstrução e apoio às pequenas e médias empresas, infraestrutura e capacitação.
O Rio Grande do Sul foi gravemente afetado pelas enchentes, que destruíram pontes, estradas e causaram perdas em diferentes setores da economia, inclusive no turismo. Ao todo, 478 dos 497 municípios do estado foram impactados, deixando um saldo de mais de 180 mortes. De acordo com o presidente do BID, a instituição já estabeleceu o destino de 80% dos R$ 4 bilhões previstos para projetos futuros. O montante será direcionado para auxiliar pequenas e médias empresas, investir em infraestrutura e apoiar os governos estadual e municipal. Goldfajn ressaltou a importância de um suporte contínuo na recuperação da região, incluindo assistência técnica e recursos destinados à reconstrução de áreas estratégicas.
Recuperação econômica
Apesar dos danos significativos, o estado já começa a mostrar sinais de recuperação. Dados do Banco Central, por meio do IBCR (Índice de Atividade Econômica Regional), apontam um crescimento de 7,5% na economia do RS em junho de 2024, revertendo a queda de 8,2% registrada em maio. O impacto positivo se deve, em parte, à aplicação de recursos direcionados à reconstrução e investimentos privados e públicos.
Bernard Faust, sócio da One Investimentos, diz ao Valor que esse aquecimento econômico está relacionado a esses investimentos, que têm desempenhado um papel central na recuperação de setores afetados, como o turismo e a infraestrutura.
(*) Crédito da foto: Wikimedia Commons