Erivan Dantas, gerente geral do hotel San Raphael
(foto: Peter Kutuchian)

A hoteleria se apresentou à Erivan Dantas por meio de um freguês comum da padaria onde um de seus irmãos trabalhava. Era julho de 1980 quando adotou São Paulo como casa, deixando para trás uma pequena cidade da Paraíba, junto com seu desejo de se tornar engenheiro agrônomo.

"Eu fui criado em um sítio, então a gente cuidava de gado, cultivava grãos e isso me fez querer seguir pela agronomia, mas chegando em São Paulo as coisas foram tomando rumos diferentes".

O San Raphael ficava em frente a padaria onde seu irmão trabalhava, no Largo Arouche e, por sugestão do contador do hotel, que frequentava diariamente o estabelecimento, Erivan se candidatou a uma vaga no almoxarifado da unidade. 

Se por uma lado sua chegada no hotel foi inesperada, por outro sua permanência foi prenunciada, na medida em que gradativamente subia degraus e explorava novas áreas de atuação dentro do empreendimento. Essa mobilidade não somente tornou possível que conquistasse o cargo de gerente geral, como garantiu que conhecesse toda a estrutura de operação da unidade.

"Na hotelaria não adianta começar de cima, tem que ser de baixo para ter uma bagagem que permita entender o que precisa ser feito. Sempre fui um cara de campo, acompanho todo o dia a dia do hotel".

O dinamismo de aprender por meio da experiência não apenas caracteriza a trajetória que esculpiu dentro do San Raphael, como permeia toda a sua formação, cunhada na prática, mais do que na teoria. 
  
"Eu fiz vários cursos voltados para a área de hotelaria enquanto ia trabalhando no setor, mas faculdade eu não fiz. Digo que as coisas que aprendi foram pela escola da vida. A faculdade não basta se você não sabe fazer as coisas acontecerem", pontua.

O San Raphael entrou em operação em 1949, a historicidade do edifício é conduzida com afeto por Erivan e se estende aos funcionários que, em média, estão a mais de 15 anos trabalhando na unidade.

"As pessoas que trabalham aqui já conhecem muito bem o hotel, costumamos formar nossos próprios funcionários então é um ambiente bem familiar também. As pessoas gostam do que fazem. O hotel vende lucro, satisfação, então você abdica de várias coisas para exercer sua função com amor, se não for assim não tem como aguentar". 

Nesses 56 anos de operação, os arredores do San Raphael foram se modificando. O comércio foi se intensificando e novas redes foram surgindo, aquecendo a competição. "Quando você não tem concorrente você estaciona, não tenta melhorar, então competição é saudável. Tive clientes que frequentaram outras marcas de hotéis mas voltaram, quer dizer que temos um diferencial". 

Atualmente, Dantas aponta que é essencial para um empreendimento hoteleiro saber distribuir sua atuação para outros segmentos, sobretudo diante de um cenário de retração econômica.

“As empresas que conseguem pulverizar sua hospedagem conseguem achar alternativas para manter um bom desempenho. Aqui temos o nicho de eventos, choperia e restaurante, todos com ótima aceitação do mercado e que contribuem para a movimentação do hotel”, explica.

Apesar de respirar o segmento de hotelaria, Erivan relembra sempre que possível sua paixão por agronomia e pelo ambiente em que foi criado. “Tenho um sítio onde posso exercer meu hobby”. 

Serviço
www.sanraphael.com.br