Entre janeiro e abril deste ano, o SIT (Sistema de de Tráfego Internacional) da Polícia Federal informou que o Brasil recebeu 962 mil turistas estrangeiros. Para o balanço final de 2022, a Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), a expectativa é que esse número chegue a 4 milhões — resultado ainda abaixo dos mais de 6 milhões registrados antes da pandemia.

Em coletiva de imprensa realizada hoje (5), no Sheraton São Paulo WTC, Silvio Nascimento, presidente da entidade, ao lado de Karisa Nogueira, diretora de Marketing, Inteligência e Comunicação e Toni Sando, presidente do Visite São Paulo, apresentou ações de promoção realizadas após o fim do estado de calamidade pública e aponta que os esforços serão redobrados no segundo semestre deste ano. “Temos feito uma retomada de promoção internacional desde julho do ano passado, mas ainda havia muitas restrições e protocolos, o que dificultava a recuperação”, inicia o presidente.

Atualmente o Brasil está na 53ª posição no ranking de recebimento de turistas estrangeiros, mas ainda aquém do potencial do país. Para incentivar a chegada de mais visitantes internacionais, a Embratur vem promovendo uma série de ações de divulgação do destino. “A previsão de chegar aos 6 milhões de visitantes é em 2024, mas queremos alcançar essa meta antes disso”, pontua Karisa. “Durante a pandemia, redirecionamos nossos esforços para o mercado doméstico, mas estamos ainda mais engajados e com mais recursos graças a um contrato com o Sebrae”, acrescenta a diretora.

O orçamento da Embratur bateu recorde este ano, chegando a US$ 20 milhões (R$ 100 milhões) direcionados para a promoção do país internacionalmente. “Antes da pandemia, nosso maior número foi de US$ 8 milhões. Ainda é pouco perto do que precisamos, visto que os países investem acima de US$ 100 milhões”, continua Karisa.

Diretora apresentou ações promocionais

Ações promocionais

Nos primeiros seis meses de 2022, a entidade promoveu duas campanhas internacionais: uma voltada ao mercado norte-americano, em parceria com o Expedia Group, e outra aos países latino-americanos. “Nos EUA, reforçamos a isenção de visto com uma campanha realizada entre fevereiro e março que trouxe um retorno excelente. Atuamos com mídias e canais de TV aberta e fechada, além de iniciativas em redes sociais e mídias programáticas em OTAs”, revela a executiva. A campanha com o Expedia gerou US$ 5,7 milhões em compras e hospedagens. Para cada US$ 1 investido a iniciativa contou com US$ 38 de retorno.

Mirando os mercados do Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai, a Embratur ressaltou os destinos de sol e praia também entre fevereiro e março. As ações estratégicas são baseadas em dados da inteligência da entidade. “Entendemos que esse tipo de viagem estava em alta para esse público naquele período. Apresentamos peças e utilizamos mídia exterior, TV fechada, canais especializados e parcerias com OTAs e companhias aéreas. Foram 1,4 bilhões de impacto em exposições”, salienta Karisa.

A entidade ainda promoveu press trips para jornalistas e influenciadores de países como Espanha, Chile, Paraguai, Emirados Unidos, Estados Unidos e Portugal. Em eventos, a Embratur participou de feiras na Espanha, Colômbia, Portugal, Itália, Alemanha e Panamá.

Foram duas rodadas de roadshows, uma com cinco eventos nos EUA e Canadá e outra na Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai e Uruguai. “Levamos capacitações e apresentações com técnicos da Embratur para os trades locais. No mercado latino-americano, chegamos a 648 capacitações, 900 rodadas de negócios e 9,1 mil contatos comerciais”, diz a diretora.

O presidente da entidade acrescenta que a criação da agência deixou a Embratur sem recursos e as restrições de viagens limitaram as divulgações para o mercado interno. De fora da prateleira internacional por um ano e meio, o turismo brasileiro hoje sente as consequências da falta de divulgação. “Fazer promoções internas foi bom, mas teve seus efeitos colaterais, pois outros países mantiveram suas divulgações enquanto nós ficamos de fora. A retomada não vai ser fácil, mas o Brasil é uma marca forte por sua história”.

Parte da verba repassada já foi investida (US$ 10 milhões), enquanto o restante será direcionado para a promoção internacional no segundo semestre. Para 2023, a expectativa é que o Sebrae libere mais US$ 20 milhões. “No segundo semestre, nosso esforço será dobrado com mais press trips e roadshows. Está na hora de voltar para a prateleira internacional”, finaliza Nascimento.

(*) Crédito das fotos: Nayara Matteis/Hotelier News