O recrudescimento da pandemia, e o consequente endurecimento de medidas de isolamento, fez a hotelaria de Salvador voltar no tempo. Em março, a capital baiana registrou indicadores dignos dos momentos mais difíceis da crise gerada pelo Covid-19 no ano passado. A ocupação e o RevPar, por exemplo, foram os mais baixos para o mês em toda série histórica da ABIH-BA, além de serem os menores desde abril e setembro de 2020, respectivamente

Considerado um mês intermediário, entre a alta ocupação do verão e a baixa temporada, março se encerrou com ocupação de 20,36%. O percentual, semelhante à da segunda quinzena de março de 2020 (21,56%), início da pandemia, representa ainda quedas de 50,3% e de 52,1% nas comparações anual e mensal, respectivamente. a ABIH-BA destaca ainda que o indicador flutuou pouco ao longo do mês, registrando níveis parecidos tanto durante a semana (20,29%), como nos finais de semana (20,53%).

Em consequência, o RevPar teve também declínios expressivos de 36,53% e de 57,38% em relação ao ano passado e ao mês anterior, respectivamente. O estrago só não foi pior porque a diária média caiu “apenas” 10% frente a fevereiro – na comparação anual houve alta de 27,87%.

Salvador perde duas Semanas Santas

Este é o segundo ano consecutivo que a pandemia afeta o movimento do turismo na Bahia na Semana Santa. Segundo Luciano Lopes, presidente da ABIH-BA, dessa vez a situação é ainda pior em relação ao ano passado. “Em 2020, a gente saia de uma alta estação com bons resultados que permitia aos hotéis enfrentarem a situação. Este ano a pandemia segue cobrando um duro preço para a hotelaria, tendo provocado um faturamento ainda mais reduzido”, explica.

Lopes faz coro às demais lideranças da hotelaria em busca de contrapartidas do Estado para auxiliar o setor hoteleiro. “No curto prazo, esperamos o apoio das esferas municipais, estadual e federal ao segmento do turismo, com a isenção e redução dos impostos, novas linhas de crédito e a reedição da Medida Provisória 936, permitindo a redução da jornada de trabalho e dos salários e evitando as demissões”, afirma.

Por outro lado, tendo em vista que a Bahia e Salvador vêm apresentando boa dinâmica na vacinação, espera-se que seus efeitos sejam notados no curto prazo, restabelecendo progressivamente o clima de normalidade, abertura de praias, restaurantes e comércio, incentivando as pessoas a viajarem. “Nós hoteleiros somos resilientes, mas a maioria está no seu limite. Se a ajuda não vier no curto prazo a hotelaria baiana entrará em colapso”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Márcio Filho/Ministério do Turismo