live - mercado corporativo- internaConvidados fizeram um panorama do atual cenário do setor corporativo

Tema estratégico para o setor hoteleiro, a retomada do mercado corporativo foi assunto principal da live promovida pelo Hotelier News e Grupo R1 encerrada há pouco. A roda de conversa foi transmitida pelo YouTube abordou as perspectivas de demandas dos segmento business e eventos, que mesmo tímidas, seguem impulsionadas por pequenas e médias empresas. 

O time de convidados trouxe representantes de entidades turísticas, além de profissionais do setor de eventos e operadores hoteleiros. O debate comandado por Vinicius Medeiros (Hotelier News) contou com a participação de Os nomes confirmados para a transmissão de hoje são: Orlando Souza (FOHB); César Nunes (Atrio Hotéis); Raffaele Cecere (R1); Gervásio Tanabe (Abracorp) e Marcos Fernando Gay (B2B Reservas).

Com o lazer retomando devido ao cansaço das famílias em relação à quarentena, destinos como Gramado (RS), Monte Verde (MG) e resorts próximos a grandes centros urbanos já calculam pequenas ocupações. Entretanto, o setor empresarial ainda se mostra receoso quanto ao retorno das viagens corporativas, que vem sendo substituídas por reuniões e eventos híbridos.

Empresa pioneira na realização de ações online, a R1 saiu na frente logo no início da pandemia com o lançamento de tecnologias de eventos híbridos. Para falar mais a respeito do cenário atual, o presidente Raffaele Cecere iniciou o debate. “Depois de cinco meses, ficamos felizes em protagonizar algo importante como a retomada. Fomos rápidos na implantação das medidas e estamos diante de um mercado corporativo desafiador com eventos presenciais cortados pela maioria das companhias”, comenta.

“Conseguimos remodelar nosso business e saímos do zero. Hoje, com eventos híbridos e online conseguimos alguma receita. No caso da pessoa física, é uma decisão pessoal assumir riscos, mas empresas não vão arriscar colocar seus funcionários nessa situação. Estamos acompanhando o cenário semana a semana, com a hotelaria cada vez mais adotando esse modelo de negócio”, complementa.

Em uma retrospectiva sobre o setor hoteleiro, o presidente do FOHB compartilhou alguns números sobre o impacto da pandemia no mercado. “Foi uma bomba atômica, catastrófico. Em 15 de março tínhamos um número e a partir dali caímos para zero. Realizamos levantamentos que apontam que o volume de ocupação e receita degringolou”, afirma.

Em abril, as ocupações chegaram a 5%, índice que subiu para 13,2% em julho, mas ainda longe dos números pré-pandemia. Em termos de receita de hospedagem, o volume chegou a queda de 82% em abril frente ao mesmo período em 2019. No mês passado, o recuo caiu para 70%. Segundo o último relatório divulgado pelo FOHB, 77% da oferta brasileira já está de portas abertas

Live: perspectivas do setor

Para Tanabe, um dos grandes desafios do trade turístico é convencer as empresas a retomarem as viagens corporativas. No primeiro trimestre, a Abracorp contabilizou queda de 18,7% em transações realizadas, o que representa oscilação negativa na ordem de R$ 2 bilhões. “Temos que mostrar às empresas que as estruturas estão preparadas e à disposição para atender os viajantes. É o momento de compartilhar o que está acontecendo. Precisamos de energia positiva e conversar com o cliente para que ele volte a consumir toda a cadeia produtiva”, salienta.

Do outro lado do balcão, o diretor de Marketing e Distribuição da Atrio Hotéis reforça o panorama apresentado pelos colegas. A administradora, que chegou a fechar 55 unidades, afirma que o tímido movimento está sendo impulsionado por pequenas e médias empresas. “Passamos por um cenário tenebroso. Hoje, vemos uma demanda voltando de companhias que não podem parar efetivamente e começaram a produzir e agora são nossos principais clientes”, pontua.

Nunes ainda ressalta que a falta de medidas por parte do governo obrigaram a Atrio a reabrir algumas unidades antes da hora. “Atualmente, 30% de ocupação parece os antigos 100%. É um movimento perigoso. Reabrimos hotéis onde ainda não seria o momento, mas acredito que o cenário em setembro e outubro será melhor”. 

Canal de reservas 100% corporativo, a B2B chegou a sofrer perdas na casa dos 90%. Com a retomada, a queda hoje é na ordem de 28% frente a 2019. “Muitas empresas de menor porte voltaram em junho e estão fazendo diferença. A maior parte está vindo de um setor que não tem fôlego financeiro para se manter estático. Outro ponto é a malha aérea que também está se restabelecendo, hoje temos algo em torno de 500 voos diários”, explica Gay.

O presidente da B2 ainda salienta que o viajante corporativo pós-pandemia está permanecendo mais tempo nos hotéis, o que pode ser proveitoso para o mercado. “Observando bookings futuros, o que antes eram 2,3 room nights por reserva subiu para 2,6. Dados que podem ser interessantes para a hotelaria”.

Para assistir a live na íntegra acesse o link.

(*) Crédito da capa: Skitterphoto/Pixabay

(**) Crédito da foto: reprodução da internet