Os dados ainda não são oficiais, mas o Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 1,1% da economia brasileira no segundo trimestre frente ao primeiro. Em junho, a alta foi de 0,1% comparado a maio, levando em consideração os ajustes sazonais. De acordo com o FGV-Ibre, o consumo das famílias foi um dos protagonistas para o avanço da atividade econômica no país.

Na comparação interanual a economia cresceu 3,0% no segundo trimestre e 2,7% em junho. “O crescimento de 1,1% do PIB no 2º trimestre é reflexo do desempenho positivo das três grandes atividades econômicas, embora seja esperada uma redução do ritmo da atividade econômica no segundo semestre devido aos juros que estão em patamares elevados, e a despeito da expectativa de redução do ritmo inflacionário”, informa Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.

No período, o consumo das famílias cresceu 1,8% em relação aos três primeiros meses do ano e 0,3% em junho frente a maio. Na comparação interanual, o indicador subiu 4,3% no segundo trimestre. A boa notícia é que todos os itens de consumo aqueceram, com exceção de bens duráveis, o que era esperado, considerando os juros elevados. Entre os componentes de destaque, o setor de serviços segue no topo das prioridades.

“Pela ótica da demanda, o consumo das famílias e a formação bruta de capital fixo são os principais componentes a explicar o crescimento do PIB no trimestre. Pode-se destacar que os estímulos aplicados à economia, como a liberação do FGTS e a redução dos preços de alguns produtos considerados essenciais surtiram efeito positivo, pelo menos no curto prazo”, diz Juliana.

Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB no primeiro semestre de 2022, em valores correntes, foi de R$ 4,5 trilhões. Os dados oficiais serão divulgados em setembro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com a entidade, a economia brasileira cresceu 1% no primeiro trimestre frente aos três meses anteriores.

Componentes de demanda

A FBCF (Formação bruta de capital fixo) teve crescimento de 4,0% no segundo trimestre em comparação com o primeiro e de 1,3% em junho ante maio. Na comparação interanual, o indicador subiu 0,3% no segundo trimestre. O componente de máquinas e equipamentos foi o único a apresentar queda nesta comparação (-3,7%), porém a uma taxa menor do que as quedas observadas nos meses anteriores.

A exportação de bens e serviços apresentou retração de 2,4% no segundo trimestre, em comparação ao primeiro e crescimento de 7,8% em junho, frente a maio. Na análise interanual, a exportação retraiu 4,6% no segundo trimestre. Pelo segundo mês consecutivo, as quedas na exportação de produtos agropecuários e da extrativa mineral tiveram papel importante no desempenho negativo.

Já a importação de bens e serviços cresceu 7,2% no segundo trimestre, em comparação ao primeiro, e retraiu 1,2% em junho frente a maio. Na análise interanual, retraiu 1,6% no segundo trimestre.

(*) Crédito da foto: Pixabay