deville hoteis- reaberturaDeville Prime Cuiabá retomou as atividades hoje (12)

Com nove unidades no país, a Deville Hotéis já executa o processo de reabertura de todos os hotéis. Duas propriedades já estavam operando (Guaíra e Cascavel) e, hoje (12), voltou a funcionar o empreendimento de Cuiabá. Segunda-feira (15) é a vez de Maringá e, no dia 29, Campo Grande volta às atividades. Com demanda corporativa na maior parte do portfólio, a rede paranaense vê com realismo a retomada do mercado nos próximos meses.

Segundo Cícero Vilela, diretor de Marketing e Vendas, o movimento atual de reservas está fraco. “Alguns hotéis estão com um pouco mais de procura, caso das unidades da região Centro-Oeste, já que o agronegócio não foi tão afetado pela pandemia”, destaca. “Somos uma rede com perfil majoritariamente corporativo. Neste sentido, malha aérea é fator crítico. Gol e Azul estão ampliando a oferta, mas ainda longe do que era no pré-crise", completa.

Reaberto em maio, a unidade de Guaíra (PR) fechou o mês com 25% de ocupação. "O público até aqui foi um pouco de tudo: hóspedes individuais em passagem pela região, turismo de compras no Paraguai e clientes corporativos de empresas do agronegócio", revela Vilela. “Na verdade, Guaíra nunca foi um hotel com grandes taxas de ocupação, então a performance é bem dentro do que esperávamos”, acrescenta.

O executivo destaca que 2020 vinha tendo um desempenho dentro das expectativas frente a 2019. Embora a ocupação tenha caído 4% no primeiro bimestre, o que é até natural diante da demanda corporativa das unidades, diária média e RevPar avançaram 5% e 1%, respectivamente, frente igual período de 2019. “Março veio bem até a primeira quinzena e, com a pandemia, a curva caiu bastante no RevPar, que cedeu 14% ao fim do mês”, afirma.

Com a pandemia, a Deville Hotéis – como todo o mercado – teve que fazer contas novamente.  Todo o planejamento e, claro, orçamento foram revistos. “Nossa projeção inicial para 2020 era de R$ 120 milhões em saldo de caixa. Agora, atingiremos R$ 112 milhões, no máximo. Pensando em GOP (Resultado Operacional Bruto, na sigla em inglês), a estimativa é de queda de 77%, gerada basicamente por queda de ocupação”, revela Vilela.
 
“Como dependemos muito da parte aérea, e a curva recuperação das empresas do setor tende a ser longa, não devemos ter retomada nas ocupações rapidamente. Por isso, acredito que o retorno aos padrões de crescimento pré-crise só ocorra no último trimestre de 2021. Já vai haver vacina e a malha aérea estará melhor, ou seja, haverá série de fatores que indicam para uma melhora do mercado”, acrescenta.

Deville Hotéis: estratégia e caixa

Para a retomada dos negócios, Vilela conta que os esforços da rede no momento estão em divulgar ao máximo as medidas de segurança adotadas para a reabertura das unidades. “Queremos transmitir com clareza os protocolos que vêm sendo adotados para assegurar um ambiente seguro aos hóspedes nos hotéis. Em paralelo, estamos trabalhando uma comunicação, via redes sociais, os públicos que em princípio têm mais chances de retomar as viagens, com foco no turismo regional. Por enquanto, nada de promoções”, diz.

Em relação ao caixa para executar isso tudo, bem como a reabertura gradativa das unidades, Vilela comenta que a Deville está segura. O modelo de negócio da rede paranaense explica essa solidez, ressalta. “Somos proprietários dos ativos e operadores, com gestão rigorosa e conservadora, privilegiando um crescimento orgânico lento, sem jogadas arriscadas”, explica.

“Então, temos folga de caixa no momento, o que nos permite passar por esse período sem sobressaltos. Conseguimos, por exemplo, preservar ao máximo os postos de trabalho, com poucos desligamentos”, revela. “Sendo assim, nosso foco agora é diminuir ao máximo as perdas na operação dos hotéis, para empatar receitas e despesas já no último trimestre”, finaliza Vilela.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Deville Hotéis