Estamos encerrando mais um ano de muitos desafios e aprendizados, especialmente para o setor de turismo. O ano de 2021 começou com alguns novos momentos de incertezas por conta da pandemia, mas o avanço da vacinação e a adoção dos protocolos de higiene pelas empresas do segmento contribuíram para impulsionar a retomada do turismo. Apesar de notícias de novas variantes, acredito que o momento é de otimismo para o nosso setor.

Agora, já se aproximando dos últimos dias do ano, é possível prever algumas grandes tendências para 2022.

A primeira é o impacto da demanda reprimida de pessoas ávidas por viajar e “recuperar o tempo perdido” do período que passaram em isolamento. Os números do mercado, no geral, apontam para um cenário positivo. Pesquisa realizada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) mostra um reaquecimento do setor no país. Segundo a instituição, mais de 400 mil trabalhadores devem ser contratados até fevereiro de 2022 e a projeção é de que as atividades turísticas faturem R$ 171,9 bilhões somente ao longo da próxima alta temporada.

Porém, nem só de “vontade de viajar” sobrevive o mercado.

E é aí que entra a segunda tendência para o turismo em 2022: a qualidade da experiência de viagem. Ao longo de 2021, com a inflação subindo mês a mês, pude acompanhar uma transformação no perfil do público, que está cada vez mais exigente, estudando mais profundamente o custo-benefício e a força da marca, rede hoteleira ou agência antes de tomar a decisão de compra.

E no contexto da pandemia, quem viaja busca também por segurança: tanto por ambientes seguros (respeitando protocolos de distanciamento social e exigindo apresentação de comprovante de imunização, por exemplo) quanto por garantia de atendimento e resolução pós-venda, no caso de uma nova onda. Quem não se preocupar com a experiência completa do cliente, vai acabar ficando para trás.

Além disso, a atuação das empresas do segmento em relação a assuntos socioambientais também se tornou um critério para a decisão de compra. Essa não é apenas uma percepção pessoal, mas sim uma tendência internacional. De acordo com uma pesquisa realizada pela Ipsos e encomendada pelo Google, 51% dos viajantes relataram que opções sustentáveis são importantes na hora de decidir sobre uma marca.

Dito tudo isso, sigo otimista em relação à recuperação do turismo. Minha percepção é que todo o setor está se movimentando no sentido de melhorar a experiência dos clientes, independentemente de suas áreas de atuação. Espero que em 2022 mais e mais pessoas possam ter experiências inesquecíveis viajando e que o mercado se fortaleça cada vez mais.

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* Daniel Topper entrou no Zarpo em janeiro de 2020 como CEO. Ele acumula mais de 12 anos de experiência em empresas de e-commerce e tecnologia, tanto na Europa quanto na América Latina, com passagens pela Cdiscount, Via Varejo, Loggi e Mirakl. Nascido na França, em Paris, Daniel tem 35 anos e vive no Brasil desde 2014. Ele tem um MSC em Management pela HEC Paris.