Um mês após a abertura oficial, a Atlantica Hospitality International apresentou ontem (30) o Cyan Resort ao trade turístico. O empreendimento, antes conhecido como Quality Resort & Convention Center, foi anunciado no fim do ano passado e chega para complementar a oferta hoteleira de lazer e eventos em Itupeva (SP), localizada no distrito de Serra Azul. Em soft opening, a propriedade tem previsão de entrar em plena operação a partir de agosto.

A operadora realizou um evento de confraternização para celebrar a inauguração do resort, além de apresentar as expectativas para o turismo paulista. “É uma enorme satisfação poder anunciar mais um novo empreendimento, que tem muito a agregar à região de São Paulo”, comemorou Cesar Federmann, diretor do Senpar – Terras de São José. “O hotel necessitava de reformas há muito tempo, mas optamos por um retrofit completo, que incorpora também o lazer. No total, foram mais de R$100 milhões de investimento”, acrescentou.

A ocasião reuniu jornalistas, executivos da Atlantica, investidores da propriedade e gerentes do hotel. O evento também contou com a presença do atual secretário estadual de Turismo e Viagens de São Paulo, Vinicius Lummertz e prefeitos dos municípios localizados no distrito turístico de Serra Azul: Jundiaí, Louveira, Vinhedo e Itupeva.

Investimento, indicadores e expectativa

Após uma série de agradecimentos ao governo do estado de São Paulo pelo apoio e consolidação do distrito turístico, a equipe do hotel apresentou a estrutura e as novidades do Cyan Resort. “Com a reforma, o empreendimento ampliou sua área de lazer para mais de 5,3 mil metros quadrados (m²), bem como uma variedade de novos atrativos, enquanto ainda recebe eventos”, alegou Rodrigo Miluzzi, gerente geral da unidade.

“São 15 ambientes flexíveis e personalizados, que no total, somam mais de 1,9 mil m² de espaços de reuniões e convenções, com capacidade para atender até 500 pessoas em uma única sala”, continuou o gerente. “Os restaurantes do hotel também são capazes de atender 500 pessoas de ambas as frentes de público ao mesmo tempo, sem que um atrapalhe o outro”, acrescentou Miluzzi.

Em entrevista ao Hotelier News, o gerente compartilhou os indicadores e expectativas do hotel após a reforma. “Esperamos receber de 30% a 40% do nosso volume de hóspedes do público de lazer e o restante do mercado de eventos. Este último, por enquanto ainda está tímido, por termos aberto a menos de um mês, mas esperamos navegar em mais ou menos 70% de ocupação”, explicou o gerente.

“Antes tínhamos uma divisão de 20% para lazer e 80% de eventos. Com esse investimento em lazer, nosso objetivo é equilibrar essa balança. Em níveis de ocupação, o hotel fazia de 45 a 48% de ocupação”, continuou Miluzzi. “Já em relação à diária média, a expectativa é de R$1,2 mil contra R$400 do passado”, complementou.

O gerente também destrinchou o share de distribuição que o hotel vem trabalhando. “Nosso canal direto está muito forte, mas é óbvio que não podemos abandonar a parceria com agências e operadoras”, contou Miluzzi. “Nosso novo site da Atlantica e as redes sociais também estão ajudando muito a gerar maior volume de hóspedes, enquanto o mercado de eventos é claro que continua sendo através de organizadoras e grandes agências”, acrescentou.

Quanto aos polos emissores, Miluzzi conta que além da capital paulista, o Rio de Janeiro também é um mercado importante, assim como o próprio interior de São Paulo, em virtude do importante mercado do agronegócio, e Minas Gerais em menor proporção por conta de empresas de automobilismo. “Uma grande novidade para nós é que estamos recebendo público internacional de empresas da região. Antes utilizavam hospedagens em Campinas, passaram para contar com a gente para visitantes mais VIPs”, completou Miluzzi.

Durante uma coletiva de imprensa no encontro, Claudia Malucelli, sócia-diretora do Senpar e líder do projeto, aproveitou para anunciar planos de ampliação do empreendimento para multipropriedade. “Serão mais de 500 quartos na modalidade, todos localizados dentro da propriedade, ao lado do edifício principal do resort. Também pretendemos agregar ao timeshare e já contamos com um clube de férias com outro empreendimento de Itu”, explicou a executiva.

Miluzzi complementou a fala de Claudia informando que, com o título, os hóspedes poderão trocar por pontos em empreendimentos filiados à RCI.

Cyan Resort_Inauguração (1)

Vinicius Lummertz destacou o potencial de lazer da região

Cyan Resort e região

A apenas 30 minutos da capital e localizado em frente aos parques Hopi Hari e Wet’n’Wild, às margens da rodovia Bandeirantes, o empreendimento pretende complementar a oferta de lazer da região. “O Cyan Resort tem capacidade de agregar não só ao público corporativo e de eventos, mas também ao de lazer, que é muito forte na região”, explicou Rafael Caron, gerente de Vendas do resort. “Além do parque aquático, teremos trilhas ecológicas para lazer e team building, campos de golfe e até trilha offroad, que a Nissan chegou a utilizar para testes”, acrescentou.

Quanto aos parques, Caron comentou sobre os planos de realizar parcerias. “Ainda é cedo para dizer, dado que acabamos de abrir. Contudo, pretendemos consolidar essas parcerias e tornar o empreendimento em um ponto de vendas para os parques. As negociações com o Wet’n’Wild já estão em andamento”, informou o gerente de Vendas. “Além desses, a região é muito rica em atrativos, que incluem o Shopping SerrAzul, o Outlet Premium e a rota do vinho”, continuou.

Presente na coletiva, Lummertz pontuou que a demanda turística de lazer de São Paulo é maior que a oferta. “Exportamos muito mais do que recebemos, visto que é possível encontrar paulistas em todas as regiões do mundo, mas temos potencial para reverter isso. Uma forma de alcançar isso é a implementação e manutenção dos distritos turísticos, que estão previstos na legislação como de utilidade pública.”

O secretário também aproveitou para dar destaque para a importância da hotelaria para o desenvolvimento e formação das cidades. “As antigas cidades se formavam a partir de encontros de comerciantes em vias. Após o ponto se tornar uma feira comercial, a única coisa que distingue uma feira comercial de uma cidade são as hospedagens, para bem receber os visitantes”, afirmou Lummertz. “A hospitalidade está na matriz de todos os centros urbanos do mundo”, finalizou.

(*) Crédito das fotos: Matheus Alves/Hotelier News