A economia brasileira deve crescer cerca de 9% no terceiro trimestre, preveem instituições financeiras. O percentual recorde, contudo, não será suficiente para recuperar as perdas geradas pela pandemia do novo coronavírus. Amanhã (3), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga oficialmente os dados relativos ao PIB (Produto Interno Bruto) no período.

Avaliação feita pela agência Bloomberg aponta que as estimativas de crescimento de 30 instituições consultadas variam de 7,4% a 11,2%, com mediana de 8,7%. Vale destacar que a alta recorde estaria profundamente influenciada pela base de comparação fraca com os três meses imediatamente anteriores. De abril a junho, segundo o IBGE, o PIB nacional recuou 9,7%.

O resultado previsto para o terceiro trimestre também está em linha com o verificado na maioria dos países. Segundo dados compilados pela OCDE, entre as 30 economias que já divulgaram o resultado do período de julho a setembro, o crescimento médio do PIB ficou em 8,5%. A expectativa agora é de expansão mais lenta nos últimos três meses de 2020 e de retorno ao patamar de 2019 em algum momento de 2021 ou 2022.

PIB: serviços marcha lenta

A projeção mais pessimista na coleta da Bloomberg é do FGV Ibre, que espera crescimento de 7,3%, resultado fortemente influenciado pelo auxílio emergencial. A instituição prevê alta de 15,6% nos investimentos, que contam com a ajuda da construção civil, que deve crescer 8,1%.

O setor com mais destaque deve ser a indústria de transformação (+23,5%), impulsionada pelo consumo de bens, que ocupou boa parte do espaço no orçamento familiar. Os serviços, por outro lado, devem crescer apenas 6%.

Segundo o Ibre, em contato com a Folha de São Paulo, enquanto a indústria e o varejo já retornaram ao patamar pré-Covid, o setor de serviços permanece abaixo do nível de fevereiro no terceiro trimestre.

(*) Crédito da foto: geralt/Pixabay