Ainda que a segunda onda da pandemia tenha pego o setor hoteleiro de surpresa, existem meios de sobrevivência paliativos que dão algum oxigênio aos caixas. No caso do Costão do Santinho Resort, as vendas antecipadas foram um divisor de águas para manter a saúde financeira do empreendimento.

Fechado por três meses em 2020, o resort ainda não conseguiu repor a inflação em sua diária média, trabalhando com os valores praticados no ano passado. Em contrapartida, o volume de ocupações vem compensando as tarifas. Já as compras antecipadas subiram 10% no segundo trimestre frente ao mesmo período em 2019.

“O ano passado é uma referência ruim, mas aumentamos nossas antecipações de compra de Natal e Réveillon, por exemplo. Fomos medindo o mercado e percebemos que os descontos são um grande atrativo e nos gera algum conforto de caixa. Para pagamentos à vista, trabalhamos com 10% de desconto e hoje oferecemos 5%”, pontua Leonardo Freitas, co-presidente do Costão do Santinho.

Assim como outros players do setor, o resort conseguiu bons resultados de vendas na Black Friday do ano passado, além de estruturar canais de marketing e loja online. “Temos um mix de canais e conseguimos um aumento significativo de vendas diretas”, complementa Freitas.

Costão do Santinho - retomada - leonardo freitas

Descontos foram atrativos, diz Freitas

Costão do Santinho: novos nichos de mercado

Com um faturamento misto de lazer e eventos, entre janeiro e fevereiro de 2021 o resort performou bem, até a chegada da nova onda de contágios no final do primeiro trimestre. “Havia um grande volume de ocupação de hospedagens de 2020 para o início de 2021. Com a segunda onda, entendemos que não seria possível o retorno dos eventos e o lazer sofreu um esvaziamento, mas não chegamos a fechar. Porém, ficamos com uma ocupação reduzida por três meses”, explica o executivo.

Operando com uma ocupação anual próxima dos 70%, mesmo com a sazonalidade do inverno, o Costão do Santinho tem visto as demandas aumentarem aos finais de semana. “O desafio maior segue sendo entre domingo e quinta-feira”, avalia Freitas.

Apostando em novos nichos de mercado, como o turismo de aventura, o resort lançou o Costão Family Adventure. A equipe desenvolveu 23 atividades voltadas a esse público, visando elevar as ocupações durante a baixa temporada, entre maio e setembro.

O universo gamer é outro segmento a ser explorado pelo empreendimento a partir de 2022, com a entrega do HubCG, espaço que contará com investimentos na ordem dos R$ 300 milhões e previsão de inauguração para janeiro do ano que vem. O projeto liderado por Fernando Marcondes Mattos, fundador do Costão, desenvolverá uma arena de jogos dentro do resort.

“Nosso CEO, Fernando Marcondes, teve esse insight. O projeto está sendo desenvolvido com um time muito competente do ramo de tecnologia, pois entendemos que esse é um nicho muito grande. A proposta é ser um negócio com referências mundiais, centralizado em um hub para a criação de games, além de incubar empresas que queiram desenvolver seus jogos aqui”, destaca Freitas.

Recuperação das perdas

Para este semestre, o Costão espera receber hospedagens frutos de cancelamentos e adiamentos passados. Com boas expectativas de ocupação, de 80% ao mês, o hotel também já possui alguns eventos marcados para este ano.

Com um caixa seguro, Freitas acredita que a recuperação total das perdas geradas pela crise deve levar entre três e quatro anos. “Por conta de nossa estrutura física, optamos por reter a mão de obra e fazer o uso das MPs criadas pelo governo. Porém, temos altos custos fixos e o volume de ocupação proveniente de 2020 não é uma receita nova. Tivemos muito êxito com o nosso diretor financeiro e conseguimos reestruturar o caixa”.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Costão do Santinho