A dúvida sobre o que mais importa para entrar no mercado de trabalho paira sobre candidatos em todos os setores. O que dizer, fazer ou apresentar aos recrutadores para conseguir a vaga, no entanto, pode ter sido mais esclarecida pela Gupy. Em pesquisa divulgada pelo G1, a empresa de tecnologia para recursos humanos apresentou dados que, de forma geral, citam experiência e habilidades profissionais como dois fatores que mais auxiliam na contratação.

Em entrevista ao site, Mariana Dias, CEO da companhia, explicou que as exigências variam entre os setores. Enquanto nas telecomunicações a comprovação prática de experiências e conhecimentos específicos são decisivos, o segmento de saúde valoriza a experiência profissional, entre outras questões. Na área de TI (Tecnologia da Informação), a influência de cursos livres e habilidades aparece em destaque no ranking.

Ainda segundo a executiva, a formação profissional, nos parâmetros dessa pesquisa, não está mais como diferencial. Isso vale para nível (curso ou graduação) e instituição de ensino escolhida. A experiência vivida também inclui atuação em outras áreas e até voluntariado. O desenvolvimento de soft skills, portanto, tornou-se fator necessário para técnica e comportamento.

Em maio, por exemplo, os setores que mais abriram vagas em abril e maio levaram mais em consideração as seguintes qualidades/informações:

TI

  • Experiência Profissional: 23,54%
  • Cursos livres e Habilidades: 18,34%
  • Testes de habilidades técnicas: 14,46%
  • Formação: 12,06%
  • Idiomas: 5,20%

Telecomunicações

  • Testes de habilidades técnicas: 25,35%
  • Experiência Profissional: 20,55%
  • Sentido geral do currículo: 15,72%
  • Formação: 10,58%
  • Habilidades Comportamentais: 4,04%

Saúde

  • Experiência Profissional: 26,52%
  • Testes de habilidades técnicas: 20,64%
  • Nível de formação: 10,26%
  • Indicação (de outro funcionário): 6,82%
  • Habilidades Comportamentais: 3,51%

Varejo

  • Experiência Profissional: 25,87%
  • Sentido geral do currículo: 17,31%
  • Testes de habilidades técnicas: 13,36%
  • Nível de formação: 11,06%
  • Habilidades Comportamentais: 5,99%

Agronegócio

  • Habilidades Técnicas: 24,57%
  • Formação: 22,68%
  • Experiência Profissional: 21,57%
  • Distância: 12,44%
  • Testes de habilidades técnicas: 4,95%

Contratações: porte empresarial

Outra variação encontrada pelos dados da Guppy foi no interesse pelos candidatos com base no porte da contratante. Neste quesito, outros setores além dos citados foram incluídos nos números.

Pequenas empresas

  • Experiência Profissional: 24,87%
  • Testes técnicos: 23%
  • Cursos livres e Habilidades: 14,86%
  • Formação: 11,71%
  • Distância: 7,54%

Médias empresas

  • Experiência Profissional: 22,74%
  • Testes técnicos: 22,09%
  • Cursos livres e Habilidades: 15,32%
  • Formação: 11,10%

Grandes empresas

  • Testes técnicos: 26,03%
  • Experiência Profissional: 20,50%
  • Cursos livres e Habilidades: 14,86%
  • Formação: 10,07%

Hotelaria

E na hotelaria, quais são os pontos mais bem avaliados pelos recrutadores? Para compreender melhor essa equação, a reportagem do Hotelier News conversou com Lucila Quintino, CEO da HotelConsult. Segundo a executiva, habilidades técnicas e comportamentais são dois fatores em destaque. No entanto, para cargos como estagiários, recepcionistas e setor de reservas, o idioma estrangeiro – principalmente inglês – é considerado importante.

“É fato que a contratação na parte gerencial leva a experiência profissional muito em consideração. Por outro lado, também se pensa na comportamento deste profissional, tendo em vista que a área exige liderança. Posso dizer que 50% de tudo está no comportamental”, afirma Lucila.

Em relação à formação profissional, ela explica que a questão não é desconsiderada. Mesmo assim, habilidades técnicas e comportamentais se sobressaem para algumas áreas, principalmente no início da carreira. A partir disso, a experiência formada ao longo da carreira também ganha destaque como critério de contratação.

(*) Crédito da foto: Firmbee/Unsplash