Medido pela FGV (Fundação Getulio Vargas), o ICE (Índice de Confiança Empresarial) caiu pelo segundo mês consecutivo em janeiro. Mais ainda, em médias móveis trimestrais, o indicador reitera a tendência de queda iniciada no mês passado. Além disso, segundo a instituição, todos os setores analisados registraram baixa no ICE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.

No geral, o índice recuou 2,2 pontos em janeiro, para 93 pontos. Em paralelo, outros indicadores que que medem a confiança do empresariado nacional cederam no mês passado. O ISA-E (Índice de Situação Atual Empresarial) caiu pela segunda vez seguida, agora em 2,7 pontos (para 95,1 pontos). Já o IE-E (Índice de Expectativas) teve variação negativa de 0,6 ponto, no quarto decréscimo consecutivo (para 93,7 pontos).

A confiança de todos os setores que integram o ICE recuou em janeiro. A Indústria, que vinha de oito altas consecutivas, caiu 3,6 pontos, com quedas semelhantes dos indicadores de situação atual e de expectativas. Após um repique positivo em dezembro, os segmentos de Serviços e da Construção voltaram a ceder, também com baixa nos dois horizontes de tempo do levantamento. Apenas o otimismo do Comércio teve variação negativa motivada inteiramente pela piora da situação atual, informa a FGV.

FGV - confiança do empresário_janeiro 2021_info

FGV: análise

O recuo do ICE acompanha o movimento de queda de outros índices medidos pela FGV. No mês passado, tanto a confiança no setor de serviços, quanto do consumidor, apresentaram decréscimo. Diante desse cenário, Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas do FGV IBRE, avalia que o resultado sinaliza a consolidação da tendência de desaceleração da atividade econômica esboçada no mês anterior.

“O índice que mede a situação atual dos negócios caiu de forma consistente pela primeira vez desde abril passado e o índice que mede as expectativas em relação aos meses seguintes recuou pelo quarto mês seguido. Até a Indústria, que vinha sustentando ótimos resultados, sinaliza alguma desaceleração para o restante do primeiro trimestre. No extremo oposto, o setor de Serviços continua com dificuldades para reagir e volta a registrar o menor nível de confiança entre os quatro setores pesquisados”, finaliza Campelo Jr.

(*) Crédito da capa: Free-Photos/Pixabay

(**) Crédito do info: FGV-Ibre