leilão de aeroportos- leilãoAeroporto de Curitiba está na mira dos investidores

Na manhã de hoje (15), 12 aeroportos federais foram a leilão passados para a iniciativa privada. Nos leilões realizados pelo governo na B3, em São Paulo, em disputa estavam três blocos (Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste). Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação), o valor arrecadado à vista atingiu os R$ 2,377 bilhões, com empresas estrangeiras indo às compras. O número ficou R$ 2,158 bilhões acima do mínimo exigido no edital para outorga inicial. Já o ágio médio da praça foi de 986%.

As regras do leilão ainda preveem outorga variável a ser paga ao longo de 30 anos de concessão, estipulada em R$ 1,9 bilhão para os três blocos leiloados. O investimento previsto para os 12 aeroportos ao longo do período é de R$ 3,5 bilhões.

Empresas estrangeiras foram as grandes vencedoras do leilão, confirmando o interesse de investidores de fora do país. “Vamos ver uma intensa competição. Uma forte demonstração de confiança do investidor estrangeiro no vigor do mercado brasileiro”, afirmou Tarcísio Freitas, ministro da Infraestrutura.

O leilão de hoje foi o quinto de concessões de aeroportos brasileiros e o primeiro do governo Bolsonaro. Após a disputa, o número de aeroportos administrados por empresas privadas sobe de 10 para 22. A expectativa é que todos sejam concedidos à iniciativa privada até 2022. Na segunda-feira (18), será lançado o chamamento para estudos de viabilidade dos blocos Sul, Norte e Central.

Entre os próximos blocos a serem leiloados, o mais visado é o bloco Sul. O Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba, é um dos principais na mira dos investidores. Ao final das rodadas, a Infraero deixará de ser uma operadora de aeroportos.

Atualmente, sete operadoras estrangeiras atuam no país: a suíça Zurich Airport (Florianópolis e Confins); a alemã Fraport (Fortaleza e Porto Alegre); as francesas Egis (Viracopos) e Vinci Airports (Salvador); a argentina Corporación America (Brasília e São Gonçalo do Amarante); Changi Airports de Cingapura (RIOgaleão) e a sul-africana Airport Company South Africa (GRU Airpot).

Leilão de aeroportos: blocos

No Nordeste, a espanhola Aena venceu o bloco mais disputado. Com oferta de outorga de R$ 1,9 bilhão, a empresa surpreendeu os participantes. A contrapartida mínima proposta pelo governo era de R$ 171 milhões, à vista. O lance vencedor representa um ágio de 1.010%. O grupo vai operar os terminais de Recife, Maceió, Aracaju, Juazeiro do Norte e Campina Grande.

A previsão é que a empresa faça um investimento de R$ 2,153 bilhões nos seis aeroportos, sendo R$ 788 milhões nos primeiros cinco anos de contrato.

Centro-Oeste

Os terminais de Cuiabá (MT); Sinop (MT); Rondonópolis (MT) e Alta Floresta (MT) foram arrematados pelo Consórcio Aeroeste pelo valor de R$ 40 milhões. O ágio atingiu 4.739% sobre o valor mínimo de outorga de R$ 800 mil.

Sudeste

Já o bloco Sudeste leiloou os aeroportos de Macaé (RJ) e Vitória (ES). A suíça Zurich levou a melhor por R$ 437 milhões, ágio de 830% sobre o valor mínimo de R$ 46,9 milhões.

No total, nove grupos de investidores apresentaram seus lances. As estrangeiras Zurich e Fraport e o CPC (Companhia de Participações em Concessões) foram as únicas a participarem tanto do bloco Nordeste, quanto Sudeste. 

(*) Crédito da foto: PublicDomainPictures/Pixabay

(**) Crédito da foto: Divulgação/Infraero