A redução do pessimismo foi constatada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) hoje (28). Em pesquisa, a instituição apresenta um crescimento na confiança do consumidor em abril. Mas, afinal de contas, isso é o suficiente para apontar o que pensa o brasileiro? De acordo com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), 7 em cada 10 pessoas (71%) acredita na recuperação da economia somente a partir de 2022. Em paralelo, ambos os dados ajudam a entender a intenção de quem consome.

No levantamento da CNI, os principais motivos para a expectativa comedida dos brasileiros se deve a dois fatores principais: a lentidão da campanha de vacinação e a escalada da pandemia da covid-19.

Em julho do ano passado, no entanto, em comparação com a mesma pergunta, pode-se perceber um otimismo tímido. Naquele período, 61% esperavam que a economia brasileira se recuperaria em até dois anos ou mais.

Para Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, o avanço do Plano Nacional de Imunização é a principal ordem para os brasileiros recuperarem a confiança. “Só a vacinação em massa vai recolocar o Brasil no caminho da retomada”, diz.

A opinião do executivo vai de encontro com a dos entrevistados. No estudo, 83% deles descreveram o ritmo de vacinação como lento ou muito lent. Em congruência, 21% dizem acreditar que serão vacinados apenas em 2022.

CNI: outras informações

O levantamento da CNI também mostra a crise da pandemia nos salários, de carteira assinada ou não. Para 41%, o rendimento ficou igual; 32% dizem que os rendimentos diminuíram e, no cenário mais grave, 14% afirmam que perderam toda a renda.

Em contrapartida, 71% dos entrevistados afirmaram que reduziram gastos por causa das medidas de isolamento social —mesmo resultado observado em julho do ano passado.

Quanto aos cortes no orçamento doméstico, houve aumento de 10% com relação a metade de 2020, quando 30% disseram ter reduzido gastos de forma obrigatória. Agora, 40% dizem ter feito o mesmo.

Flexibilização das restrições

Em relação ao processo de reabertura de estabelecimentos comerciais e de ensino, a maioria aprova o funcionamento do comércio de rua (61%). A maioria, porém, é contra a abertura de academias (62%), bares e restaurantes (60%), shoppings (57%) e salões de beleza (51%).

A pesquisa, feita em parceria com a FSB Pesquisa, ouviu 2.010 mil pessoas por telefone entre 16 e 20 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

(*) Crédito da foto: Clark Young/Unsplash