A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) reviu sua projeção de crescimento do setor de serviços em 2021. Com isso, a estimativa de expansão de faturamento do setor, que inclui o turismo e a hotelaria, passou de 5,8% para 6,2%.

A nova projeção tem por base os dados da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) de julho, divulgada no último dia 14 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na ocasião, o volume mensal de receitas do setor foi o maior desde março de 2016.

Dados da PMS apontam que o volume de receita do setor registrou crescimento mensal de 1,1% de junho para julho de 2021, valor próximo à expectativa da CNC, de 1,2%. Comparando com igual período de 2020, houve aumento de 17,8%, proporcionado pela baixa base comparativa do início da flexibilização da quarentena.

José Roberto Tadros, presidente da CNC, afirma que os números positivos são um efeito do avanço da vacinação contra a Covid-19 no país, que segue em ritmo acelerado na maioria das regiões. “A queda do isolamento social, associada à desaceleração no número de casos de contaminação e mortes pelo novo coronavírus, tem viabilizado a retomada dessas atividades, sobretudo os serviços de alojamento e alimentação”, pontua.

Indicadores de monitoramento do Google também apontam boas perspectivas para a retomada. De acordo com os números, a concentração de consumidores em áreas residenciais recuou pelo quarto mês seguido, apresentando uma queda de 4% desde o mês anterior.

Turismo pode avançar 19,1% no ano

Pelo quarto mês seguido, o setor de turismo tem registrado perdas menores. Durante o mês de julho, as atividades turísticas operaram, em média, com 63% de sua capacidade, registrando  prejuízo da ordem de R$ 17,4 bilhões. O montante já representa um avanço, visto que o segmento já acumula perdas de R$ 413,1 bilhões desde o início da crise sanitária. Com o início da recuperação e retorno das atividades no setor, a CNC calcula que a projeção para o volume de receitas no turismo pode aumentar até 19,1% ao ano.

Fábio Bentes, economista da entidade, afirma que, embora o número de voos diários ainda não seja o mesmo de antes da pandemia, o fluxo de aeronaves nos aeroportos brasileiros vem apresentando crescimento significativo desde abril deste ano, crescendo 27% em julho e 1% em agosto. “As perdas mensais de receitas, por exemplo, vêm recuando e tendem a reduzir à medida em que as barreiras à circulação de turistas forem relaxadas”, acrescenta Bentes.

Outro índice positivo no setor diz respeito à geração de empregos. Pela primeira vez desde o início da pandemia, as atividades turísticas registraram número maior de admissões (1,061 milhão) do que de demissões (1,018 milhão), de acordo com levantamento do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Desta forma, em relação ao número de julho do ano passado, o saldo de 42,6 novas vagas ampliou em 1,4% a força de trabalho do setor.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Pixabay