Com a queda histórica no setor de serviços em 2020 divulgada hoje (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) revisou suas projeções para 2021. A entidade reduziu de 3,7% para 3,5% a estimativa de crescimento no volume de receitas do segmento.

As previsões são baseadas nos dados da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) de dezembro do ano passado. Um dos mais afetados pela crise, o Turismo aponta tendência de encolhimento de 9,7% no faturamento este ano, com perspectiva de retorno aos patamares pré-pandemia apenas em 2023.

“A lenta reação do nível de atividade dos serviços e as expectativas quanto ao desempenho da economia nos próximos trimestres foram determinantes para a revisão da projeção da CNC”, explica José Roberto Tadros, presidente da CNC.

CNC: retrações batem recorde

De acordo com a PMS, o volume de receitas dos serviços acumulou retração de 7,6% em 2020, em relação ao ano anterior. Como esperado, foi o pior resultado anual para o setor desde o início da pesquisa, em 2012. O segmento de turismo também registrou queda histórica no último ano, recuando 36,7%, em comparação com 2019.

As quedas mais expressivas no ano passado foram dos serviços de alimentação e alojamento prestados às famílias (-36,8%) e transporte aéreo (-36,9%), segmentos fortemente impactados pela adoção do isolamento social durante a disseminação da covid-19.

A entidade calcula que, em 11 meses (de março de 2020 a janeiro de 2021), o turismo brasileiro perdeu mais de R$ 274 bilhões. São Paulo (R$ 99,18 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 42,50 bilhões) concentram mais da metade (52%) do prejuízo nacional.

Dados de emprego do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que 397,1 mil postos formais de trabalho foram eliminados no setor, em 2020. Os serviços de bares e restaurantes (-211,1 mil), transporte rodoviário (-90,7 mil) e hotéis e similares (-56,5 mil) foram os mais afetados. “A força de trabalho formal do Turismo encolheu quase 13% no ano passado, a maior queda entre todos os setores da economia”, indica Fabio Bentes, economista responsável pela análise.

(*) Crédito da foto: Rod Long/Unsplash