A despeito dos efeitos econômicos da pandemia, a intenção de consumo das famílias segue avançando gradualmente, apontam dados divulgados hoje (16) pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Em setembro, o indicador subiu 1,9% frente ao mês anterior, alcançando 72,5 pontos. É a quarta alta consecutiva do índice ICF (Intenção de Consumo das Famílias), que chega também ao seu maior patamar desde março.

Em comparação ao mesmo período de 2020, o aumento foi de 7,2% (67,6 pontos). Por outro lado, a taxa ainda permanece abaixo do nível de satisfação de 100 pontos, que não é alcançado desde 2015. José Roberto Tadros, presidente da CNC, avalia que o ritmo da vacinação no país é um dos fatores que dá sustentação ao aumento do indicador e, principalmente, à manutenção da trajetória positiva nos últimos meses. Ele alerta, contudo, que ainda existe um longo caminho a ser trilhado até a total recuperação econômica.

“O cenário apresenta pontos vulneráveis, o que gera maior cautela nas famílias. O aumento da inflação nos últimos meses reduziu o poder de compra dos consumidores, principalmente em itens duráveis, que obtiveram inflação acima do índice geral no último resultado”, pontua o presidente da CNC.

A avaliação para bens duráveis apresentou queda mensal de 0,5%, o único subitem com redução no mês. Por outro lado, contou com crescimento de 1,7% na comparação anual, o que significa que o subindicador atingiu o nível de 43 pontos, o menor de setembro, mas ainda assim o mais significativo desde abril deste ano.

Expectativa para os próximos meses

Exceto pela avaliação de compra de bens duráveis, todos os subitens apresentaram resultados positivos. O destaque foi o índice que mede a perspectiva de consumo, que registrou aumento de 3,7%, o quarto consecutivo e maior taxa do mês.

O nível de consumo atual também apresentou a quarta variação positiva mensal, além de registram expansão de 13,5% na comparação anual. Desta forma, o indicador chegou ao nível de 57,6 pontos, maior patamar desde maio de 2020, que registrou 62,1 pontos.

“A expectativa das famílias é que esse ambiente econômico mais positivo, percebido no curto prazo, se prolongue para o longo prazo. Tanto que Perspectiva de Consumo foi novamente o item com maior crescimento no mês e alcançou o maior nível desde maio de 2020”, observa Catarina Carneiro da Silva, economista da CNC responsável pela pesquisa.

(*) Crédito da foto: Engin_Akyurt/Pixabay