Em abril, a ICF (Intenção de Consumo das Famílias) segue refletindo a retomada da economia pelo quarto mês consecutivo. Com o aumento de 2,7%, o índice atingiu 78,5 pontos, maior patamar desde maio de 2020 (81,7 pontos). Na comparação anual, o aumento é de 11%, apontam dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

Excepcionalmente neste mês, todos os índices da pesquisa evoluíram na variação mensal, com destaque para Emprego Atual e Perspectiva Profissional, que apresentaram as maiores pontuações. O primeiro cresceu 2,8%, registrando 103,9 pontos, maior nível desde abril de 2020. Já o segundo, teve aumento de 5,7%, chegando a 94,9 pontos.

Para José Roberto Tadros, a recuperação do mercado de trabalho foi determinante para esses resultados. “Estamos vivenciando um momento de retomada da economia, o que faz com que a população se sinta mais esperançosa em relação às oportunidades profissionais. Com mais empregos, os consumidores passam a ter maior acesso à renda”, explica o presidente da CNC.

CNC _ ICF - Gráfico

Cenário macro

Ainda que as perspectivas sejam positivas, com avanço mensal em todos os índices, os sub-indicadores Momento para Duráveis e Acesso ao Crédito registraram queda de 4,3% e 2,1% na comparação anual, respectivamente. Para a CNC, a alta inflacionária e o aumento constante dos juros devem ser os principais fatores dessa persistente baixa.

Segundo Catarina Carneiro da Silva, economista da CNC e responsável pela pesquisa, as famílias revelaram uma percepção positiva no curto prazo, com as melhorias no mercado de trabalho criando condições de consumo favoráveis. “Contudo, os efeitos da guerra no exterior e os problemas internos com a inflação e os juros levaram os consumidores a serem mais cautelosos com suas apostas para o longo prazo”, alerta.

Quanto à faixa de renda, as famílias com ganhos acima de 10 salários mínimos alcançaram nível de insatisfação de 94,5 pontos, que representa aumento mensal de 2,8% e anual de 13,3%. Enquanto que as famílias com renda inferior a dez salários mínimos obtiveram crescimento de 2,7%, variação semelhante à do mês anterior. Atingindo 75,2 pontos, a alta foi de 10,5% na comparação anual.

Pelo critério regional, não houve queda mensal em abril. Ainda que a região Norte seja a única a apresentar variação anual negativa (-2,0%), mensalmente foi a região com maior oscilação positiva (+4,2%). Mesmo assim, mantém a pior pontuação das cinco regiões, com 60,6, enquanto as famílias do Sul continuam sendo as mais confiantes, com 87,9%.

(*) Crédito da capa: Pexels/Pixabay

(**) Crédito do infográfico: CNC