CNC: confiança do empresário inicia 2021 em queda
19 de janeiro de 2021O ano não começou bem para os empresários do comércio. De acordo com dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o Icec (Índice de Confiança do Empresário do Comércio) teve queda de 2,2% em janeiro, caindo a 105,8 pontos. Os resultados apontam o segundo recuo mensal consecutivo, entretanto, o indicador segue no patamar de otimismo, acima dos 100 pontos. Vale lembrar que em meses como agosto de 2020, os números chegaram a 78,2 pontos.
No comparativo anual, a variação negativa foi de 16,4%. Segundo José Roberto Tadros, presidente da CNC, o primeiro mês do ano é, tradicionalmente, mais lento para o consumo. “Passado o período natalino e diminuído o efeito do aumento da renda com o 13º salário, as famílias estão mais dispostas a realizar gastos nos serviços de lazer, por força das férias escolares”, afirma.
Dois dos principais índices do Icec registraram retrações e tiveram papel determinante no resultado negativo do indicador principal. O referente à satisfação dos comerciantes com as condições atuais (-5,8%) caiu para 80,5 pontos, e o indicador que avalia as expectativas no curto prazo – o único acima dos 100 pontos – recuou pela segunda vez consecutiva (-2,3%), alcançando 142,1 pontos. Para Antonio Everton, economista da CNC responsável pela pesquisa, o aumento do dólar, o endividamento das empresas, o reajuste dos aluguéis e a cautela do consumidor para efetuar compras podem ter influenciado o resultado negativo. “A predominância das percepções adversas também pode ter relação com a necessidade de se fazer investimentos em tecnologia e logística para avançar no e-commerce”, aponta Everton.
CNC: intenções de investimento
O índice que mede as intenções de investimento foi o único que registrou resultado positivo (+1%), chegando a 94,9 pontos e voltando a crescer após ligeiro recuo em dezembro. A intenção de contratação de pessoal foi um dos destaques, subindo 2,1% e fechando o mês com 121 pontos. “O planejamento dos empresários pode incluir aumento do número de pessoal para os próximos meses se a recuperação do emprego, consumo e da geração de renda permanecer em um ritmo satisfatório”, indica o economista da CNC, ressaltando que a intenção de elevar o quadro de funcionários tem registrado variações positivas nos meses de janeiro, nos últimos quatro anos.
(*) Crédito da foto: stevepb/Pixabay