Com a chegada de 2022, uma pergunta soou em uníssono entre a maioria dos brasileiros amantes de uma boa festa: vai ter Carnaval? O surgimento da variante Ômicron foi um verdadeiro banho de água fria para muita gente, provocando a suspensão dos blocos de rua em várias cidades e adiando para abril os desfiles de São Paulo e Rio de Janeiro. Por outro lado, os feriados em duas datas trouxeram grande possibilidade de uma “dobradinha” de eventos particulares em empreendimentos hoteleiros em todo o país, aponta a Folha.

Em entrevista ao Hotelier News, Daniela Duregger, gerente Comercial do Zarpo – parceiro de redes como Vila Galé, Bourbon, Iberostar e Hilton – reforçou essa possibilidade, visto que a maioria dos hotéis tem desenvolvido programação específica para ambas as datas, com blocos de Carnaval e noites temáticas.

“Por mais que as festividades tenham sido adiadas, o feriado se mantém. E a data tem sido bastante buscada, visto que 2022 não terá tantos feriados e, dessa forma, as pessoas vão querer aproveitar, mesmo que em fevereiro essa demanda seja um pouco mais modesta. Só sentimos uma leve desaceleração em janeiro por conta da Ômicron, mas não necessariamente por causa dos adiamentos. Além disso, passamos a desenvolver estratégias com o intuito de minimizar os impactos da variante, oferecendo pacotes de Carnaval com estadas mais longas, por exemplo”, explica.

Daniela Duregger - Gerente_comercial_Zarpo

Daniela fala sobre demandas para feriados de Carnaval

“Esse ano, todos os hotéis e empreendimentos elevaram as expectativas e projeções. Mesmo após o impacto de janeiro, as vendas e reservas tiveram um ticket médio um pouco maior, o que é muito positivo se considerarmos o cenário atual”, acrescenta.

A executiva também destaca que foi necessário um verdadeiro realinhamento de estratégias para atender às demandas dos hóspedes e garantir bons indicadores. “Por exemplo, muitos hotéis reduziram as exigências de longa estada nos pacotes de Carnaval para recuperar a demanda e vender com qualidade”, pontua Daniela.

ABIH-SP: expectativas são boas, mas momento exige cautela

Segundo Ricardo Roman Jr., presidente da ABIH-SP, as perspectivas são positivas para os destinos de lazer do estado, porém na capital a demanda está bem abaixo do esperado. “A expectativa é de que tenhamos 70% a 80% de ocupação hoteleira nas cidades de lazer. Para a capital, a estimativa é de 40%”, afirma.

“É necessário entender também que, se as festividades foram adiadas para conter aglomerações, é possível que os empreendimentos sigam esta tendência, pois ainda é necessário cautela”, finaliza o executivo.

Carnaval em números

De acordo com levantamento divulgado recentemente pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o Carnaval de fevereiro deste ano deve movimentar cerca de R$ 6,45 bilhões no setor de serviços. Por mais que o volume de receita seja 21,5% superior ao registrado em 2021, o montante segue 33,7% abaixo do registrado em 2020, antes da crise sanitária.

A entidade aponta ainda que o segmento de alimentação fora de casa, representado por bares e restaurantes, movimente R$ 2,78 bilhões, sendo seguido de perto pelo de passageiros rodoviários (R$ 1,55 bilhão) e pelos serviços de hospedagem. Juntos, os três serão responsáveis por mais de 84% de todo o faturamento da data.

(*) Crédito da capa: Divulgação/Vila Galé 

(**) Crédito da foto: Divulgação/Zarpo