Em levantamento realizado pelo FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), na segunda semana de agosto 23% da oferta hoteleira do país ainda permanece fechada. Entre os dias 4 e 12 do mesmo mês, o CAPIH (Comissão de Administração de Pessoal da Indústria Hoteleira) realizou uma pesquisa sobre os impactos da pandemia no mercado de trabalho do setor. Entre as áreas mais afetadas por desligamentos aparece a governança, com 42%.

O estudo foi feito com 81 empresas do segmento e contou com a coordenação de Daniel Battistini, gerente de Relações de Trabalho da Accor no Brasil. Participaram da amostragem hotéis de todas as categorias (econômicos, midscale, upscale e resorts) entre redes hoteleiras nacionais e internacionais e empreendimento independentes. 

No recorte da pesquisa, 73% das unidades afirmaram estar operando contra 27% que ainda se encontram paralisados. Os fechamentos aconteceram, em sua maioria, entre os dias 18 de março e 10 de abril, ou seja, os empreendimentos que seguem de portas fechadas estão nessas condições há mais de quatro meses.

Sobre as ações implementadas para a manutenção de empregos, 94% afirmaram terem utilizado a MP 936 para suspensão de contratos e reduções de jornada, contra apenas 6% que não aderiram à medida. Já 88% prorrogaram a suspensão de acordo com o Decreto 10.422, enquanto 12% responderam que não.

Cerca de 76% dos empreendimentos recorrem a negociações sindicais para a suspensão de contratos e 24% não utilizaram esses meios. A redução de jornada e salário por negociação sindical foi aderida por 62%; parcelamento de pagamento de férias, 18%; férias coletivas, 13% e parcelamento no pagamento de rescisão, 7%.

CAPIH - pesquisa hotelaria

CAPIH: desligamentos

Mesmo com as medidas de preservação de emprego do governo de negociações sindicais, 94% dos entrevistados afirmam que precisaram fazer ajustes em seus quadros de funcionários. No levantamento, as empresas somavam 13.273 colaboradores antes da pandemia, no dia 1º de março. Em 1º de agosto, 32% desse total haviam sido desligados, o que representa 4.233 profissionais. Outros 30% estão com contratos suspensos e 17% seguem com jornada e salário reduzidos.

Como foi dito, a governança foi a área mais afetada, com 42% de demissões. Em seguida está o A&B (Alimentos&Bebidas), com 34%. Passados cinco meses desde o decreto da pandemia, houve uma redução de mais de 30% dos postos de trabalho na hotelaria. Se somados aos que ainda não retornaram aos seus cargos, o número sobe para 60%. 

 

CAPIH - pesquisa hotelaria

(*) Crédito da capa: Shutterstock

(**) Crédito dos infográficos: Divulgação/CAPIH