*Matéria publicada originalmente no site Que Gostoso!, de Claudio Schapochnik

Um dos pratos icônicos do nosso país, a feijoada pode ser servida na cumbuca, com todas as carnes juntas, ou na forma de bufê servida à vontade, com as carnes separadas. O prato em si não muda — feijão preto, carnes suínas, couve, farofa e molho de pimenta. O que muda são os agregados, seja no início, no meio ou no final da refeição. Neste sentido a feijuca** do Sofitel Guarujá Jequitimar, hotel localizado na praia de Pernambuco no Guarujá, tem agregados bem saborosos e, alguns, com origem francesa. Provei o bufê, com uma rica variedade de itens, no mês passado e gostei bastante.

Mas por que um toque francês? Porque o hotel, de propriedade do empresário e apresentador Silvio Santos, é administrado pela gigante hoteleira mundial Accor, com sede na França. Na liderança, há muitos anos, está o experiente gerente geral João Carlos Pollak. A gastronomia é uma das bases da chamada l´art de vivre francesa, ou seja, a arte de viver e a Accor pratica com louvor esse, digamos, “mandamento” francês. Daí a feijoada por lá ter alguns pontos interessantes.

 

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Vista geral do Sofitel Guarujá Jequitimar na praia de Pernambuco

 

O chef executivo do hotel, Helbert Moura — mineiro de Belo Horizonte —, e sua equipe são os responsáveis pelas belas estações, como são chamadas as partes do bufê.

O bufê de feijuca, montado sempre aos sábados, é servido no restaurante Brisa. O salão fica no mezanino do hotel, e lá são servidos ainda o café da manhã, almoço e jantar — todos também no sistema de bufê. O restaurante tem um terraço bem amplo, com vista para a praia de Pernambuco e a do Mar Casado. Foi nesta parte que almocei com minha esposa.

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O chef executivo do hotel, Helbert Moura

PRÉ-FEIJUCA

Antes da feijoada propriamente dita, fui nas estações de queijos — sim, de queijos — e de petiscos.

Na França os queijos podem fazer parte da refeição, e quando isso acontece é no final. Aqui no Brasil, quando há, geralmente as pessoas comem antes do almoço — e foi o que fiz também.

Havia quatro variedades de queijo, sendo uma amarela e três brancas e, quanto ao leite, três de vaca e um de cabra. Boa variedade. Provei de todos, muito bons.

Ali perto ficava a estação dos petiscos, mas aí os brasileiros: caldinho de feijão com os acompanhamentos, como pimenta, cebolinha e bacon, pasteis, linguicinha acebolada e batida de limão. Provei um pouco de tudo.

O caldinho estava ótimo, bem quente, e com os acompanhamentos ganhou aquele plus. Pasteis sequinhos. Linguicinhas bem assadas e com bastante, mas bastante mesmo, cebolas. Combinação fundamental. Adorei, pois sou ceboleiro desde criança por influência do meu querido pai, Edison, que adorava feijoada. A batida não estava forte.

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A estação de queijos e outras delícias

Outra estação que vale registro é o das saladas, com vários tipos de vegetal e pratos como cuscuz paulista e arroz selvagem. Muita gente precisa comer verde na refeição, como é o caso de minha esposa e, quase sempre, a minha. Bacana ter várias opções.

FEIJOADA

Ah, na hora do principal, fui montar meu prato com os itens tradicionais — assim como comia com minha família a feijoada da dona Ana, no boteco dela na rua Saguairu, na Casa Verde na Zona Norte de São Paulo. Isso lá atrás no começo dos anos 1980. Lá trabalhavam ainda os filhos dela, João e Manoca. Comida caseira, clima familiar. Parece que eram todos de Alagoas. Vivi neste bairro desde 1970, quando nasci, até 2016 quando me casei com minha atual esposa.

Então me servi de arroz, feijão preto, carnes (costelinha, a herança “feijoadesca” do meu pai, paio e linguiça), farofa, couve e molho de pimenta, ou seja o tradicional e o que comia no boteco casaverdense, e também torresmo.

Que gostooooooso! Estava tudo muito gostoso e bem temperado.

 

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A panela do caldinho de feijão

 

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As linguicinhas com bastante cebola

 

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A estação de saladas e outros pratos

 

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Ainda no bufê de feijoada: os complementos do prato

SOBREMESA

Montei um pratinho de doces, pois a estação das sobremesas estava muito apetitosa. Não resisti.
Havia opções da confeitaria tradicional francesa, como mil folhas, crème brûlée e tortinha de frutas, e da doçaria brasileira, como brigadeiros e pudim de leite condensado.

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As tortinhas de frutas: lindas e gostosas

 

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O crème brûlée

 

Ah, o destaque vai para as tortinhas de frutas. Até então jamais tinha vista numa torta tão pequena com quatro tipos de frutas em cima do creme: morango, kiwi, manga e cereja. Lindas visualmente e bem saborosas.

Os demais doces que provei, como o mil folhas, brigadeiro e pudim, fizeram muito bonito.

 

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O mil folhas

 

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O pudim de leite condensado

 

Para beber, fomos de água — que faz parte do preço do bufê.

Bufê muito bom, com estações diferentes. Super recomendo.

*A reportagem do QUE GOSTOSO! almoçou a convite do Sofitel Guarujá Jequitimar; viagem a convite do Visite Guarujá e hospedagem no Hotel Vicino al Mare

**Há muitos anos ouvi pela primeira vez termo feijuca — e o adotei, pois é informal e carinhoso — por meio da Ana Maria Berto, sócia e diretora geral da operadora de turismo Orinter Tour & Travel, com sede em São Paulo. Ela é uma super profissional da indústria turística, sabe negociar muito bem, é divertida, dona de um grande senso de humor e adora uma feijoada, ops… Feijuca. Quando eu a conheci, a Ana era diretora da operadora MMTGapnet, que não existe mais pois foi comprada pelo Grupo Flytour.

SERVIÇO:
Sofitel Guarujá Jequitimar
Bufê de Feijoada — Restaurante Brisa
Avenida Marjori da Silva Prado, 1.100, Praia de Pernambuco, Guarujá/SP
Horário: aos sábados, das 13h às 16h
Preço: R$ 145 por pessoa (água inclusa, outras bebidas a parte)
Tel. (13) 2104-2000
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(*) Crédito das fotos: Claudo Schapochnik e Divulgação/Sofitel Guarujá