Para muita gente, a aceleração da transformação digital nas organizações será um dos principais legados da pandemia. Dito isso, é bom correr mesmo, pois o comportamento do consumidor é cada vez mais online. Mire em qualquer direção e será possível encontrar indicativos dessa mudança. Segue um exemplo: em um ano brasileiros quase triplicam o uso do chamado mobile payment, aponta estudo da Minsait Payments.

Em 2018, segundo levantamento da empresa, apenas 8% dos consumidores declararam ter usado esse meio de pagamento no último mês. Um ano depois, esse mesmo percentual chegou a 21%, patamar superior ao do Reino Unido, por exemplo. Os dados integram o IX Relatório de Tendências de Meios de Pagamento, que ouviu 4 mil cidadãos de 11 países da Europa e América Latina.

Segundo o relatório, os brasileiros têm grande familiaridade com o in-App. Este meio de pagamento é usado em apps de transporte e de alimentação, sendo indicado por 44% dos entrevistados. Também são bastante relevantes as transações com QR Code, em detrimento do NFC (Near Field Communication), tecnologia que usa aproximação. Para Ricardo Granados, head da Minsait Payments no Brasil, a evolução é bastante positiva, mas há ainda muito a se fazer.

“Os números são excelentes, mas, para ter sucesso nesse setor, é necessário lembrar que há uma barreira muito grande a ser superada no país: a desconfiança ou irrelevância do recurso para boa parte da população”, afirma Granados. “Além disso, muitos dos entrevistados relataram que a falta de aceitação desse meio de pagamento por estabelecimentos comerciais também é uma barreira. São fatores que, sem dúvida, vão exigir atenção especial dos empresários no contexto pós-COVID”, acrescenta.

Mobile payment na hotelaria

O desafio citado por Granados é considerável. No entanto, dá também para olhar para o copo meio cheio: há tempo para adaptar e, claro, muito espaço para crescer. Nativa digital, a OYO Brasil tem no modelo in-App um direcionador importante para seu modelo de negócio. Na Índia, por exemplo, parte considerável das reservas é feita no aplicativo da empresa. No Brasil, o canal (e o meio de pagamento) vem ganhando espaço.

Gonzalo Pozo, Brazil Commercial Officer da rede indiana, diz que a pandemia acelerou esse processo. “A demanda caiu, mas os canais mobile foram os mais resilientes nesse período de pandemia. E não foram só os canais mais resilientes. São também os clientes mais fiéis e com maior taxa de retenção, duas vezes maior até”, explica Pozo. “Nos canais terceiros, por exemplo, transações mobile ultrapassaram 50% do total”, acrescenta.

Sem revelar números, Pozo diz que a base de clientes que fizeram download do app da OYO Brasil cresce mensalmente. Mais ainda, as reservas pelo app subiram 50% nos últimos quatro meses, principalmente nas grandes metrópoles. “Nas cidades onde o canal direto é mais forte, o share do mobile é maior naturalmente. E, uma vez que dentro da régua de relacionamento, são clientes que geram um círculo virtuoso e consomem bastante. Por isso, é neste canal que fazemos esforço para dar o melhor desconto aos consumidores”, finaliza.

(*) Crédito da capa: FirmBee/Pixabay

(**) Crédito da foto: Divulgação/OYO Brasil