A Bourbon Hotels & Resorts tem operação mais saudável após mais de um ano de pandemia. O lento retorno do segmentos Mice e corporativo fizeram com que o lazer, junto aos pequenos eventos que voltam aos poucos no segundo semestre de 2021, se tornassem o caminho para o equilíbrio das contas.

De acordo com Annie Morrissey, diretora de Vendas & Marketing da Bourbon Hotels, o momento tem sido de desafios e inovações comerciais. “A sobrevivência acontece muito em razão dos números registrados no lazer. Não tivemos problema neste inventário e criamos formas de rentabilizar nossos hotéis, por exemplo, com a introdução do day use e mais prazo para parcelamento”, explica.

Além disso, a executiva afirma que, em momentos de mais restrições e insegurança para sair de casa, o mercado regional ajudou nos resultados. As viagens de carro foram opções mais baratas e seguras no contexto da Covid-19, fazendo com que o lazer suprisse a demanda e falta de eventos e viagens corporativas.

“Nós tivemos dificuldades, mas acredito que aprendemos muito durante a pandemia. O lazer, por assim dizer, serviu também para controlarmos os gastos dos hotéis, visando à operação saudável que esperamos em momentos de recessão”, complementa Annie.

Resultados

Bourbon

Annie: investidores estão contentes

De modo geral, a Bourbon equaciona o caixa com valores do clube de férias e o bom resultados encontrado nos hotéis da região Sul. Além de São Paulo, outro mercado que ainda aguarda dias melhores é Belo Horizonte – ambos voltados ao corporativo.

Ao Mice, Annie afirma que registrou aumento de 50% em propostas e cotações em julho, na comparação com o mês anterior. Os eventos, que servem para curto, médio e longo prazo, ainda devem retomar gradativamente ao calendário da rede hoteleira, mas essa movimentação sinaliza um horizonte mais positivo – provavelmente mais consolidado no primeiro semestre de 2022.

Por fim, em termos de receita, a companhia deve fechar 2021 com cerca de 70% da receita de 2019. Isso, na visão de Annie, deve-se ao ao corte de custos feito nas propriedades. “Os hotéis estão gastando menos e, por isso, os resultados registrados são mais saudáveis na maioria deles. Os investidores estão mais satisfeitos agora”, explica.

No entanto, a executiva não espera a volta de níveis pré-pandemia já em 2022. Por isso, a estratégia passa por preservar a diária média das unidades por meio do mix atual de clientes.

Bourbon Atibaia

No Bourbon Atibaia (SP), um dos principais empreendimentos do portfólio da rede, a ocupação está maior aos finais de semana – 55% do 60% permitidos. Durante a semana, a demanda é preenchida, principalmente, por times de futebol (20%). Isso acontece, segundo a diretora de Vendas & Marketing, por conta do resort oferecer campos de futebol e espaços privativos.

Annie citou o resort como melhor case da companhia até o momento. O caminho, segundo ela, foi trilhado com bom gerenciamento e geração de experiência aos clientes. “As ações foram coordenadas em duas frentes principais: redução grande de custos e os bons resultados do lazer e volta de eventos pequenos”, salienta.

Expansão e perspectivas

A Bourbon confirma a inauguração de dois empreendimentos Rio by Bourbon até o final do ano. O primeiro, com abertura em 4 de agosto, será na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, dispondo de 201 apartamentos. Em outubro, Maringá (PR) é o próximo destino a receber uma unidade da marca, com 121 acomodações. De acordo com Annie, existem outras oportunidades em prospecção.

Para o segundo semestre, a expectativa é que a retomada aconteça entre setembro e outubro, balizada principalmente pela vacinação. “A esperança é que eventos médios voltem também a acontecer e haja um salto nos resultados”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Bourbon Hotels & Resorts