Se 2021 foi o início do fim dos prejuízos gerados pela pandemia, 2022 promete enterrar de vez as perdas causadas pela crise. Pelo menos esses são os planos da Bourbon Hotéis & Resorts. Com 24 empreendimentos em sua base, a rede afirma que a maioria de suas unidades já atingiram o ponto de equilíbrio com boas expectativas para os próximos meses.

“Fizemos um bom 2021, com a maioria dos hotéis atingindo o breakeven a partir da redução de custos que implementamos. Muitos empreendimentos de lazer estão próximos aos resultados de 2019. Acreditamos que nossas unidades conseguirão se recuperar este ano, apesar dos impactos da Ômicron em janeiro”, avalia Annie Morrissey, diretora de Vendas da Bourbon.

No início do ano passado, as previsões da rede não contavam com a chegada de uma segunda onda de contágios tão agressiva — o que acabou prejudicando os resultados. “A vacinação estava anunciada para começar em São Paulo e estávamos animados com o orçamento para 2021. Com a nova onda, o resort em Atibaia acabou paralisando as atividades, o que não estava nos planos”, pontua a executiva.

A melhoria veio com o aquecimento do setor de lazer e o relaxamento das restrições após o avanço da vacinação. A partir do segundo semestre os eventos voltaram a acontecer, ainda que em proporções reduzidas, o que ajudou a elevar os indicadores da rede.

Bourbon - annie morrissey

Vamos fazer de tudo para ter um bom ano, diz Annie

Ocupação e diária média

Por contar com um portfólio diversificado de propriedades, Annie afirma que é difícil mensurar a média de ocupação da rede. “Temos 24 hotéis com ofertas distintas. Por exemplo, em Buenos Aires nosso empreendimento possui sete quartos, enquanto a unidade Ibirapuera tem mais de 600”.

Sobre a recuperação das tarifas, a diretora não espera que a Bourbon consiga a retomada total ainda no início de 2022, mas estima que até o fim do ano as perdas sejam ressignificadas. “Alguns países da Europa estão estudando não considerar mais o Covid-19 como uma pandemia, o que pode elevar a confiança do turista. Estamos conseguindo subir nossas diárias, mas algumas praças são mais complicadas, como é o caso de Curitiba. Se a inflação está em 10%, precisamos elevar em 15%”.

Passado o primeiro trimestre, a Bourbon pretende alavancar seus indicadores com retorno mais consistente das demandas corporativas. “Nosso objetivo é zerar os prejuízos, visto que a grande maioria dos hotéis estão com o caixa saudável. Vamos fazer de tudo para ter um bom ano e começar 2023 com mais distância da crise”, diz a diretora.

Entre as praças que passaram com maior conforto pela Ômicron, Annie destaca Foz do Iguaçu (PR), que possui demanda de lazer regional. Já os empreendimentos de São Paulo e Atibaia sentiram o cancelamento e adiamento de eventos devido à nova variante.

“Foz do Iguaçu, Rio de Janeiro e Ibirapuera fizeram um bom Ano Novo. O Rio Hotel By Bourbon Barra Funda conseguiu resultados otimistas em dezembro, enquanto Campinas (SP) começa a aquecer com o retorno das aulas nas universidades. Propriedades do Paraná, como Cascavel, Ponta Grossa e Joinville, foram impulsionados pelo agronegócio”, revela Annie.

Desenvolvimento

Em janeiro, a rede reabriu a unidade em Cambará (PR) e, recentemente, anunciou o início das operações em Indaiatuba (SP). No ano passado, a Bourbon abriu as portas de três novos empreendimentos em praças como Maringá (PR), Fortaleza e São Paulo. Em breve, o grupo também ganhará um hotel em Chapecó (SC), previsto para 2024.

“Estamos olhando conversões, pois nossa política é estar onde precisamos. O Rio by Bourbon é uma marca que está crescendo rapidamente, chegando a cidades secundárias. Procuramos penetração em capitais que não possuímos propriedades, além de buscar o desenvolvimento de resorts com eventos em destinos de praia. Saímos da pandemia melhor do que entramos, com dois empreendimentos, além dos planos de mais quatro aberturas em 2022”, revela a executiva.

Quanto aos serviços de short-term rental, com unidades em São Paulo e Belo Horizonte, Annie explica que os planos são expandir a oferta para praças com potencial para receber esse perfil de produto. “O público aceitou bem e estamos com uma boa procura, principalmente por parte de profissionais liberais. Vamos estudar outras praças para incluir o serviço, pois não adianta oferecer apenas um quarto, o produto precisa ser específico”, finaliza a diretora.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Bourbon Hotéis & Resorts e Nayara Matteis/Hotelier News