De acordo com a Booking Holdings, a Booking.com – que teve receita de US$ 4,3 bilhões no segundo trimestre, superando os US$ 2,7 bilhões do trimestre anterior – comanda cerca de 25% dos orçamentos gerais de viagem dos seus clientes, em média. Por isso, a empresa está apostando em estratégias como descontos e introdução de produtos orientados para fintech para elevar esse percentual, segundo o Skift.

Embora a Booking.com espere que seus gastos com marketing e a porcentagem das reservas brutas permaneçam estáveis em 2022, investir em incentivos para clientes está entre os fatores que afetarão sua taxa de aceitação neste ano. O indicador deve cair para a faixa média de 14%, ficando abaixo de 2019 e do projetado nos últimos meses.

Este movimento deve acontecer, também, devido ao mix maior de voos e impacto negativo das taxas de câmbio na moeda estrangeira. O assunto foi um dos destaques da conferência onde foram apresentados os resultados do segundo trimestre da Booking Holdings.

Estratégias e balanço

Atualmente, grande parte da estratégia da empresa gira em torno de sua plataforma de pagamentos doméstica, que atraiu 38% das reservas brutas no segundo trimestre. O resultado representa aumento de quatro pontos percentuais em relação ao trimestre anterior.

Durante a maior parte de sua história, a Booking.com não aceitava pagamentos por conta própria, visto que os clientes pagavam por seus quartos assim que chegavam a um hotel. Agora, a empresa está recebendo pagamentos para muitas reservas de hotéis pré-pagos, short-term rentals e voos.

Entre as estratégias adotadas pela empresa para aumentar seu merchandising de descontos, está uma opção de câmbio de moeda estrangeira para clientes por meio de seus próprios sistemas de pagamento. Além disso, a Booking.com está testando o recurso Buy now, pay later. Ambas as estratégias deverão ser introduzidas mais amplamente no próximo ano, junto com o programa de fidelidade Genius.

“Outro exemplo é nosso teste de transporte com desconto do aeroporto para o hotel para, digamos, um cliente de acomodação de alto valor. E o fornecedor de transporte terrestre pode, no futuro, fornecer um preço com desconto específico para nosso cliente, porque somos capazes de oferecer negócios lucrativos”, diz Glenn Fogel, CEO da empresa.

O executivo destacou que, mesmo no negócio principal de hospitalidade da Booking Holdings, a empresa acredita que há oportunidades para melhorar a parcela de gastos do cliente ao longo do tempo. No segundo trimestre, a empresa – que teve lucro líquido de US$ 857 milhões – viu o número de noites reservadas subir 16% em relação ao mesmo período de 2019, superando pela primeira vez o observado no pré-pandemia.

Voltando a falar sobre receita, o resultado do segundo trimestre foi 99% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Já as reservas brutas foram de US$ 34,5 bilhões, superando em 57% o segundo trimestre de 2021. O Ebitda Ajustado da empresa, por sua vez, foi de US$ 1,1 bilhão. Por fim, as despesas operacionais no período foram de US$ 3,3 bilhões.

No entanto, o crescimento das diárias médias teve grande desaceleração em relação ao primeiro trimestre deste ano. Para o terceiro trimestre, a expectativa é de que a empresa tenha receita recorde.

“Embora seja extremamente difícil prever com precisão o ambiente econômico de curto prazo, estou mais confiante do que nunca no forte desejo dos consumidores de viajar, no atraente perfil de crescimento de longo prazo do setor de viagens e na melhoria da nossa posição competitiva de longo prazo”, finaliza Fogel.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Booking.com