A Booking.com fechou o ano de 2021 com faturamento de US$ 11 bilhões, segundo o Phocuswire. O resultado segue abaixo dos níveis de 2019, período no qual a OTA teve receita de US$ 15,1 bilhões. Em relação ao EBITDA Ajustado, a diferença frente ao ano pré-pandemia é ainda mais evidente. No ano passado, o indicador ficou em US$ 2,9 bilhões, frente os US$ 5,9 bilhões de 2019.

A perspectiva de baixa já era sentida na comparação trimestral, visto que no último trimestre de 2021, a receita obtida foi de US$ 3 bilhões, resultado inferior aos US$ 4,7 bilhões do trimestre anterior. A queda no desempenho pode ser atribuída à variante Ômicron, que teve impacto significativo na indústria de viagens no fim do ano passado.

A Booking Holdings, porém, afirma que sua receita e lucro no período ficaram acima do esperado na comparação com 2020. Em call com analistas para discutir os resultados da empresa, David Goulden, CFO do grupo, afirmou que o faturamento trimestral foi mais alto do que o esperado devido ao aumento de 9% nas diárias médias, principalmente em destinos da Europa e América do Norte. Ele ressalta ainda que o EBITDA Ajustado mais alto está diretamente ligado ao crescimento da receita.

Já Glenn Fogel, CEO da empresa, acrescenta que a Booking.com viu aumento considerável na venda direta no ano passado. “Nosso mix direto melhorou mesmo quando nos inclinamos para os canais de marketing de desempenho durante o ano. Continuaremos a nos apoiar nesses canais com ROIs apropriados, à medida que procuramos trazer mais demanda de clientes para nossa plataforma durante a recuperação. Além disso, também usaremos marketing de marca, especialmente em mercados onde buscamos aumentar a conscientização do consumidor sobre nossas marcas voltadas para o cliente”, explica.

Evolução da viagem conectada

Fogel afirma também que a empresa está progredindo em sua estratégia de viagem conectada, com cerca de 27% das reservas brutas processadas por meio da plataforma de pagamento da Booking.com. O percentual já supera 2020 e 2019.

No quarto trimestre do ano passado, as reservas móveis responderam por cerca de dois terços do total de diárias, a maioria delas proveniente dos aplicativos da empresa. Já em relação à demanda de voos, o CEO afirma que a aquisição do Etraveli Group, ocorrida no ano passado, ajudará a acelerar o desenvolvimento, visto que a Etraveli operará de forma independente dentro da Booking Holdings.

Setor permanece abaixo do nível pré-pandemia

De acordo com relatório divulgado recentemente pelo Skift, a recuperação total da indústria hoteleira ainda deve demorar a acontecer, visto que o número de reservas permanece significativamente abaixo do registrado em 2019.
Os dados do índice apontam que as pesquisas globais por estadias em hotéis atingiram, em janeiro deste ano, apenas 54% do que foi alcançado no mesmo período de 2019.

Por outro lado, as diárias médias no começo deste ano foram superiores a janeiro de 2019 em 18 dos 22 países analisados pela OTA Insight. Nos EUA, essas taxas são 25% superiores a 2019 e 20% frente a 2020. Em muitos desses países, as reservas domésticas superam os níveis do ano pré-pandemia, ajudando a compensar as perdas sofridas pela demanda internacional.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Booking.com