De acordo com o BC (Banco Central), a previsão é de que o pico da inflação em 12 meses ocorrerá em abril deste ano, com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) recuando a partir de então. A afirmação partiu de Roberto Campos Neto, presidente do órgão, revela o Info Money. Segundo analistas de mercado ouvidos semanalmente pela entidade, a taxa deve avançar 0,99% em março e 0,88% no mês seguinte. Já para maio, a expectativa é de que haja deflação por volta de 0,20%.

“Falando em inflação brasileira, devemos atingir o pico em abril, e voltar a cair. Estimamos que o número de curto prazo seja até um pouco mais alto do que tínhamos imaginado inicialmente”, pontua Campos Neto.

O presidente do BC enfatiza que o Brasil tem se diferenciado de outros países no combate à inflação, com movimento de forte apoio monetário. “O Brasil tem sido mais atuante em uma inflação que entendemos ser mais persistente. A inflação contaminou os núcleos e hoje está acima da meta em serviços, comércio e indústria. Precisamos entender esse problema com serenidade e firmeza”, completa Campos Neto, que prevê crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) acima dos 0,50% projetados para 2022.

Impacto na hotelaria

De acordo com Pedro Cypriano, sócio-diretor da HotelInvest, o movimento pode ter impacto direto no setor hoteleiro. Com a projeção do BC de deflação a partir de maio, a hotelaria deve observar baixa nos custos, elevados consideravelmente durante a pandemia.

Além disso, uma eventual melhora do cenário pode contribuir para a recuperação das diárias médias, apontada pelo executivo como crucial para consolidar a retomada do setor hoteleiro em 2022.

Diante deste cenário, é fundamental que os hoteleiros sejam resilientes e pacientes, porque, segundo aponta o BC, a inflação vai ceder. É só questão de tempo.

(*) Crédito da foto: joaogbjunior/Pixabay