Conversões seguem sendo o principal modelo de expansão da Atrio Hotel Management, que vem expandindo seu portfólio no país. A operadora passou a administrar o Grand Hotel Rayon, em Curitiba, que agora leva a bandeira Mercure. Outra novidade é a gestão do K-Platz Hotel, em São José (SC) e a inauguração do WK Design Hotel, ao final de 2020. E diante dos fatos, não é preciso dizer que a empresa está atenta a todas as oportunidades.

Com os novos membros, a rede passa a gerenciar 64 empreendimentos, o que representa 8.514 UHs. Além dos hotéis já citados, a Atrio ainda converteu o Novotel Santos e o ibis Styles Nazaré, em Belém (PA).

Um ponto que está chamando a atenção do mercado é o fato da operadora estar colocando esforços em unidades que não possuem marcas da Accor, sua principal parceira. Até o momento, a Atrio administra dois empreendimentos que se encaixam no perfil e Paulo Roberto Caputo, CEO da empresa, explica o porquê.

“São hotéis específicos, normalmente de categoria upscale. Entendemos que marcas econômicas vão bem em parceria com a Accor, que combinadas a gestão da Atrio são bons resultados. Mas alguns projetos avaliamos de outras formas”, diz Caputo.

Atrio - beto caputo -

Caputo: Xtay deve encerrar 2021 com 400 apartamentos

Atrio: junho em destaque

Mesmo com o baque da segunda onda, a operadora parece estar se recuperando bem, pelo menos em relação a 2020. No acumulado de 2021, a taxa de ocupação chegou a 30%. Já a diária média está na casa dos R$ 172, com RevPar de R$ 52. “São resultados melhores do que o registrado no auge da pandemia. Estamos retomando bem no fim do primeiro semestre. Iniciamos uma subida em junho de 2020 até novembro, que se manteve até fevereiro. Após novas quedas, iniciamos um novo ciclo de retomada com junho de 2021 como o melhor mês até aqui”, salienta o CEO.

Ainda que sem dados concretos, julho tem tudo para superar o mês anterior, consagrando-se como o mês destaque. Surpreendendo o mercado, cidades do Norte do país estão registrando as melhores performances e altas ocupações. “São praças que já vinham mostrando bons resultados, mesmo antes da pandemia. Mas já podemos falar em uma recuperação generalizada”, complementa Caputo.

Por outro lado, cidades que dependem de demandas internacionais e de uma malha aérea robusta estão com mais dificuldades em sair do vermelho. “Destinos que necessitam da retomada dos eventos, como é o caso das grandes capitais, continuam sentindo os efeitos da crise”, diz o executivo.

Com um portfólio variado de empreendimentos, a administradora alega estar com um terço de seu inventário sem prejuízos e produzindo resultados. Caputo dá os créditos dos números ao modelo de negócios da empresa, que se mostra confortável em termos de caixa. Porém, a recuperação total das perdas só será possível em 2022.

“Fica o restante de retomada para o ano que vem, mas muitas praças já devem alcançar os patamares de 2019 em 2021. São hotéis que já eram mais robustos no pré-pandemia. Maio de 2020 chegamos a zero de ocupação e em novembro, sem vacina, chegamos a 36%. No primeiro semestre, abril foi o mês mais afetado e conseguimos 20% de ocupação. Logo, acredito que este ano alcançaremos os 50%”, avalia o CEO.

A meta para 2021 é que a receita da Atrio chegue a dois terços do registrado em 2019, atingindo o equilíbrio em 2022 já sem os prejuízos oriundos dos fechamentos ainda no início da crise.

A aposta no short-term rental

O primeiro semestre também marcou a entrada da Atrio no mercado de short-term rental. E a empresa chega por meio de uma startup própria, a Xtay, que já nasce com 200 apartamentos em sua oferta, todos em São Paulo. O braço de negócios foi criado pela operadora em parceria com mais dois sócios – um do setor imobiliário e outro do segmento de tecnologia.

“É um segmento em franca expansão em todo o mundo e a Atrio não poderia ficar de fora, pois é um setor que tem tudo para crescer, até mesmo pelo desejo dos clientes. Acreditamos muito em recursos próprios do produto, que é baseado em tecnologia. Estamos animados com o futuro da empresa”, ressalta Caputo.

O portfólio de apartamentos já está em operação e, em breve, a Xtay deve chegar também a Florianópolis, Curitiba e João Pessoa. “O short-term rental é um novo produto que está sendo muito bem recebido. O mesmo cliente pode optar pela locação ao invés do hotel. São múltiplas opções de oferta. O mercado imobiliário está criando um inventário para ser gerenciado e a Xtay vai investir para ser um dos principais players do setor”.

Caputo confessa que a pandemia acelerou o processo de criação da startup, mas afirma que o projeto já estava nos planos da Atrio mesmo antes da chegada do coronavírus. E a meta é encerrar 2021 com 400 apartamentos sob gestão.“Entendemos que deveríamos investir mais em tecnologia, trazer inovação para o mercado e a Xtay é sobre isso. Ao invés de lutar contra, estamos aproveitando as novas formas de hospedagem que se popularizaram”.

E não é só o setor de short-term rental que está na mira da operadora. O CEO adianta que a Atrio deve criar também uma empresa voltada para o segmento de multipropriedade. “É um setor em expansão e existem oportunidades para o desenvolvimento de uma operadora especializada”.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Atrio Hotel Management