O ano de 2021 foi de muitas mudanças e abertura de mercados para a Atrio Hotel Management. Ainda que as demandas do setor estejam aquém do esperado e sigam sofrendo os baques da pandemia, a operadora hoteleira optou por buscar novas frentes de atuação. E o crescimento veio. Em março de 2020, a rede era responsável pela gestão de 51 empreendimentos e agora detém um portfólio de 71 hotéis.

Vale lembrar que os números correspondem apenas a propriedades geridas pela Atrio, sem levar em conta seus novos braços de negócios. A rede abriu duas empresas este ano, abocanhando novas fatias de mercado. “Foi um período muito desafiador, mas também de muito crescimento. Quando fechamos os hotéis em 2020, a ociosidade nos fez ir atrás de novos segmentos de atuação”, explica Cesar Nunes, vice-presidente de Vendas e Marketing.

No início do ano, a Atrio abriu a Livá Hotels, voltada para a gestão de empreendimentos de multipropriedade e que fechou seu primeiro contrato com o Lagoa Eco Towers, em Caldas Novas (GO). Já a Xtay marca a estreia da empresa no mercado de short-term rental. “Em paralelo, fizemos muitas conversões e começamos a operar dois hotéis fora do portfólio da Accor, o que foi uma quebra de paradigma”, salienta Nunes.

A Livá tem um pipeline de quase 5 mil UHs a ser assinado em 2022. Já a Xtay opera em dois endereços em São Paulo e, em agosto, firmou contrato com a Cidade Pedra Branca, bairro inteligente de Palhoça (SC).

Em dezembro de 2019, a Atrio passou a gerir o WK Design Hotel, em Florianópolis e, em julho, integrou o K-Platz, em São José (SC), a sua base de clientes. “Foi um ano muito movimentado, pois além de fazer as aberturas, precisávamos entregar a performance dos hotéis”, conta o vice-presidente. “E estamos conseguindo”, acrescenta.

Atrio: recordes e rentabilidade

Outubro de 2021 foi o mês de maior faturamento da história da Atrio, considerando que a base de hotéis atualmente é mais robusta. De acordo com Nunes, o período superou os resultados de qualquer mês em 2019, chegando a 51% de ocupação.

“A hotelaria que sobreviveu a pandemia se reinventou. Abrimos mais segmentos de mercado e ficamos atentos aos movimentos. Com a retomada dos eventos e do corporativo, os resultados foram interessantes. Também notamos que destinos com perfil business, que antes performavam com ocupações de segunda a quinta, como Jundiaí, foram uma grata surpresa”, explica Nunes.

Com a demanda reprimida do lazer, o Mercure Itajaí chegou a 80% de ocupação aos finais de semana, além de empreendimentos da Baixada Santista que também se destacaram. “As pessoas querem viver mais e o escape disso são as viagens. Enxergamos um reflexo não só na hotelaria, mas também no aéreo”, avalia o executivo.

Mirando maior rentabilidade dos hotéis, a Atrio vem recebendo competições esportivas e o segmento de saúde. “Observamos os destinos com hospitais de campanha, que apresentaram forte movimentação e fomos atrás das demandas. Também criamos vouchers com farmácias para pessoas que testaram positivo para Covid-19 fazerem quarentena em nossos hotéis. Além disso, focamos nos viajantes rodoviários, investindo no Wase”.

Em paralelo, a Atrio vem trabalhando sua diária média e voltando a contratar mão de obra. “Temos feito esse movimento, pois estamos com altas taxas de inflação, o que tem apertado os custos”, pontua Nunes. “Mas acreditamos que boa parte do prejuízo ficou para trás. Este ano era para ter sido muito melhor, se não fosse pela segunda onda. O ano que vem ainda será muito desafiador, ainda mais se tratando de um período de eleições”, prevê.

(*) Crédito da foto: Nayara Matteis/Hotelier News