Numa das principais ruas da região da Lapa, no Rio de Janeiro, uma construção com traços de épocas passadas e fachada cor de rosa chama a atenção de quem passa. O edifício, um antigo palacete do século XIX, é contundente evidência da atmosfera histórica que paira em algumas esquinas da cidade e indício de uma mistura que se dá para além da esfera arquitetônica. Na área interna da construção, desde 2014, funciona a unidade carioca da rede de hotéis Vila Galé, e, parte da proposta do empreendimento, é promover essa mescla que o próprio destino já incentiva a ter, no intenso convívio entre locais e turistas e na pluralidade de atrações que a região elenca. 

Como parte desse projeto de integração entre viajantes e a própria cidade e também para aumentar a participação do público de lazer em seus índices, o meio de hospedagem criou um produto específico para apresentar fragmentos do Rio a seus clientes. A ação é chamada de All Inclusive Cultural e consiste em oferecer, por preço único, passeios por atrativos do município, hospedagem e transporte.

A rigor, a oferta compreende duas diárias de hospedagem para duas pessoas e uma criança em apartamento duplo; ingresso para visita aos principais pontos culturais do Rio de Janeiro incluindo Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio e Aquário do Rio; acesso a todas as áreas do hotel; um lanche desenvolvido, especialmente para consumo durante o passeio; e um jantar no restaurante Versátil – uma das opções de Alimentos e Bebidas da unidade.

Já integrando o portfólio de ofertas do hotel, a ideia tem seu apelo, principalmente, junto a clientes que costumam frequentar a cidade por motivos de trabalho e encontram no produto uma chance de voltar em viagens de lazer com a família. Jovens atraídos pela oportunidade de hospedagem na região mais boêmia da capital fluminense completam o perfil do público que adere ao pacote.

Vasco Pinheiro, gerente geral da propriedade, argumenta que a ideia de fazer com que o hóspede conheça o Rio além do cartão postal tem surtido efeito. Segundo ele, a intenção é ainda acrescentar alternativas ao produto, torná-lo importante nos índices de ocupação e rentabilidade da unidade e equilibrar a balança de perfil de clientes, que hoje mostra o público corporativo ainda com predomínio.

"Acreditamos que temos aqui um oásis instalado no bairro da Lapa. Estamos numa região que hoje é mais segura do que já foi, que oferece muitas opções para todo tipo de cliente e num hotel de qualidade internacional", pondera o gerente. 

Pinheiro reforça uma questão fundamental para qualquer turista que passa pelo Rio: a segurança. Segundo ele, a região do centro histórico, onde fica a Lapa, já teve momentos em que a violência era um risco real, mas não é mais assim. Conforme conta o português, os esforços para tornar a cidade um lugar seguro no período olímpico ainda tem efeitos e já não existem tantos incidentes policiais como acontecia antes. 
 

A mudança de reputação e costumes faz sensível diferença para um bairro que recebe gente o dia todo. Durante o dia, quem procura experiências turísticas pode ver os Arcos da Lapa, o Museu da Imagem e do Som, a Escadaria Selarón e a Igreja Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Destino. Para quem prefere conhecer o clima noturno, lá estão o Circo Voador e a Fundição Progresso – palcos de shows memoráveis na cidade -, os muitos bares da rua Mem de Sá, bailes de gafieira e restaurantes.

A localização privilegiada do Vila Galé tem também como vantagem a facilidade de acessos ao aeroporto, ao Estádio do Maracanã e ao Sambódromo.

Intenção
O motivo que sustenta a iniciativa do hotel carioca também pode se explicar pela necessidade de atrair mais hóspedes depois de temporadas em que a economia afetou a rotina hoteleira do país como um todo. Segundo afirma o gerente, ao longo de 2017, a ocupação do estabelecimento ficou entre 40% e 45%, na média. 

Nesse contexto, ações que atraiam mais clientes, sejam eles de característica corporativa ou lazer, são a saída para fazer o negócio girar e continuar sendo próspero. Para Pinheiro, há motivos para acreditar que este ano os resultados melhorem, tendo em vista que mesmo no ano passado, com média abaixo dos 50% confirmou-se uma performance de crescimento de 10% a cada ano depois da abertura.

A propriedade
O número 124 da rua Riachuelo é onde está localizado o hotel. Mas se na fachada tudo foi cuidado para permanecer como quando da construção, por dentro há ambientes que só a modernidade do século XXI pode oferecer. A decoração está mais para o moderno que para o clássico e os quartos estão conservados como era de se esperar para um meio de hospedagem relativamente novo.

À antiga estrutura de palacete foi anexado um centro de convenções e um prédio de 13 andares onde fica a maior parte da oferta de habitações que, no total, é de 292 (sete suítes júnior, uma suíte master, 32 apartamentos superior e 252 apartamentos standard).

Como complemento, o Vila Galé Rio de Janeiro dispõe ainda de um bar interior, o Vinícius de Moraes, que possui vista para um pátio interior, um bar na piscina que oferece serviço de lanches, bebidas refrescantes e coquetéis, dois restauadrantes – o Inevitável, com serviço à la carte ao jantar, e que aposta numa cozinha gourmet de inspiração mediterrânica, e o Versátil, com serviço de buffet. Próximo a ala de entrada fica o spa Satsanga, com sala de massagem e jacuzzi e ainda uma academia.

* Fotos: Filip Calixto