Dando continuidade em sua jornada pelo Norte do país, o Hotelier News chega ao Amapá para entender como anda a retomada. No extremo do país, o destino vive uma situação semelhante a outros estados que ainda aguardam o retorno do executivo e sobrevivem do turismo local.

Segundo dados divulgados em setembro de 2020, pelo Observatório do Turismo do Amapá, a região possui cerca 984 estabelecimentos de alimentação, 197 meios de hospedagens, 138 agências de viagens, 125 empresas de eventos e 87 empresas de transportes turísticos.

De acordo com uma matéria publicada pelo G1, a ocupação hoteleira em 2020 caiu quase pela metade em relação a 2019. Em contrapartida, o ápice da taxa de ocupação foi em novembro, quando um apagão ocorreu e levou a população local a buscar hotéis, fazendo os números chegarem a 59%.

Sem confirmação do número de fechamentos, o estado passa por dificuldades para concretizar a retomada. “O cenário turístico é lamentável, nossos pontos turísticos estão abandonados e a maioria sem funcionar e sem nenhuma manutenção por parte do poder público. Um cenário verdadeiro de caos”, contextualiza Fabiana Lacerda, gerente do Atalanta Hotel.

Funcionando durante todo o período da pandemia, o empreendimento ainda luta para alcançar o ponto de equilíbrio. “Ainda não voltamos com nossa ocupação média, estamos atualmente com 40% no indicador”, revela a gerente.

Em relação a 2020, Fabiana considera um ano de muitos aprendizados. “Não vejo 2020 como ano perdido e sim de novas adequações, muitos desafios e de um árduo trabalho. Não fechamos e chegamos a atender profissionais na linha de frente da saúde durante o início da pandemia”, compartilha.

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                                                    Atalanta Hotel tem ocupação média atual de 40%

Amapá: algozes da retomada

Outra dificuldade que o estado enfrenta é a diminuição do número de voos. Segundo a pesquisa do Observatório do Turismo, em relação a 2019, houve queda de 41% no embarque e desembarque de passageiros e redução de 65% para 27% na ocupação hoteleira.

Segundo Fabiana, a problemática gira em torno também dos valores inflacionados. “O impacto existe e é muito grande, quando não é a malha, são os valores da passagem para o estado, que estão mais do que inflacionados”, pontua.

O que leva o setor a buscar o turista local, criando um novo perfil da ocupação hoteleira, enquanto a situação ainda não volta ao normal. “Nosso foco é o empresarial, porém nessa pandemia atingimos o turista local também”, finaliza

(*) Crédito da capa: Agência Senado

(**) Crédito da foto: Divulgação/Atalanta Hotel