Cerca de oito meses após a sua criação, a Alianza Mice Sudamérica divulgou os resultados de suas primeiras pesquisas de tendências para o segmento Mice. A coligação formada por Buenos Aires, Quito, Bogotá, Lima e São Paulo foi formada em setembro de 2020 com o intuito de fomentar a retomada dos eventos corporativos nas principais capitais da América do Sul.

Em live transmitida dos hotéis Hilton de cada destino, Liliana Orbegozo (Bogotá Convention Bureau); Carla Cárdenas (Quito Turismo); Alejandra Ibarra (Lima Convention & Visitors Bureau) e Cintia Hayashi (SPCVB) apresentaram um estudo realizado pelo bloco sobre a reativação do mercado de eventos.

A primeira etapa da pesquisa foi dirigida para associações nacionais e internacionais. As entrevistas foram realizadas entre os dias 25 de fevereiro e 23 de abril deste ano, com um total de 60 respostas de países como Peru, Brasil, Colômbia, EUA, México e Reino Unido.

Quando questionadas quais os principais fatores que influenciarão na escolha dos destinos para eventos foram os requisitos de entrada no país, precificação e políticas de cancelamento. As principais ações que clientes esperam dos Convention Bureaux são: recomendações de oferta local no destino (33%), apoio e articulação com entidades público-privadas (45%) e apoio na divulgação e comercialização do evento (45%).

Sobre as perspectivas de realização de eventos nos próximos cinco anos, 40% esperam organizar entre 1 e 2 eventos; 32% planejam promover 5 ou mais; enquanto 28% preveem 3 ou 4 eventos no período.

Entre os principais serviços que as associações buscam contratar, a hotelaria aparece em primeiro lugar (45%), seguida por plataformas virtuais (44%) e centros de convenções (40%).

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Alianza Mice Sudamérica: perspectivas de eventos

Sobre a disposição para voltar a realizar eventos presenciais, 50% das associações afirmaram planejar a retomada a partir de 2022. Outros 33% esperam promover eventos presenciais no segundo semestre deste ano, 12% ainda não sabem e 5% ainda no primeiro semestre de 2021.

O período de julho a novembro foi apontado como a época de preferência para a realização de eventos, sendo outubro (31%) o mês predominante. Em contrapartida, janeiro (5%), fevereiro e dezembro (6%) foram os menos cotados como possíveis datas.

Para 33% dos respondentes, a rotação de eventos em 2021 se dará pela América Latina. Já 28% acredita que o movimento será mundial e 27% afirmam que este ano os eventos serão locais.

Cerca de 28% das associações esperam receber mais de 1 mil pessoas em eventos realizados em 2021 e 2022. Outros 27% vão receber entre 250 e 500 participantes, 20% entre 100 e 250 e 10% menos de 100 pessoas.

Os eventos híbridos seguem como o formato mais adotado pelas associações. Do total, 43% dos respondentes devem adotar o modelo a partir deste ano. Por outro lado, 22% planejam organizar eventos presenciais.

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Para os eventos híbridos realizados em 2021 e 2022, 32% das associações esperam receber mais de 1 mil pessoas. Já 25% planejam um público entre 250 e 500 participantes e 17% entre 500 e 1 mil pessoas.

Entre as regiões mais procuradas para a realização de eventos está a América Latina (35%). Em seguida, aparecem América do Sul (30%), Europa (15%); América do Norte (10%) e Outros (6%).

Cerca de 68% dos respondentes afirmam que estão dispostas a oferecer pré e pós tour no destino aos participantes dos eventos. Das associações, 51% indicam que gostariam de gastar três dias em atividades na cidade-sede dos eventos; 32% mais que três dias e 17% apenas um dia.

Já 48% consideram que as atividades turísticas antes, durante e depois do evento são decisivas para a viagem. Outros 37% estão interessados nas atividades apenas nas pausas dos eventos e 15% apenas querem assistir aos eventos.

Viagens de incentivo

O recorte da pesquisa para a retomada de viagens de incentivo foi realizado com empresas nacionais e internacionais entre os dias 6 e 23 de abril. No total, foram coletadas 71 respostas de países da Europa, Ásia e Américas. Dos respondentes, 58% não realizaram nenhuma viagem desde o início da pandemia.

Segundo o estudo, 42% indicam que estão dispostas a realizar viagens de incentivo a partir do ano que vem. Outros 27% ainda não tomaram uma decisão a respeito, 24%devem retomar as viagens no segundo semestre deste ano e 7% não retomarão a rotina de viagens por enquanto.

Dos respondentes, 43% pretendem realizar viagens corporativas com duração entre 3 e 4 dias. Outros 6% planejam viagens de mais de uma semana. Já 47% indicam que as viagens de incentivo devem contar com a participação entre 20 e 50 pessoas, 23% entre 50 e 100 pessoas, 16% menos de 20 pessoas, 8% mais de 200 pessoas e 6% entre 100 e 200 pessoas.

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O principal ponto na escolha do destino são os requisitos para ingressar no país (46%), cumprimento dos protocolos (44%) e fatores econômicos (43%). Entre as principais tendências de viagens de incentivo estão Sustentabilidade (41%), Wellness (35%), Natureza (33%) e Gastronomia (29%).

Da mesma forma que os eventos, a América do Sul está entre as regiões mais cotadas para a realização de viagens corporativas (56%), seguida por México e Caribe (48%), América do Norte (28%) e Europa (20%).

Hotéis cinco estrelas são os mais cotados para a retomada de viagens corporativas (66%), seguido por hotéis quatro estrelas (27%). O gasto médio de 55% dos respondentes em viagens de incentivo será de mais de US$ 1 mil por pessoa, já 23% planejam gastar entre US$ 750 e US$ 1 mil, 18% entre US$ 500 e US$ 750 e 4% menos de US$ 500. Cerca de 73% das empresas afirmam que o motivo da viagem será por incentivo.

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(*) Crédito da capa: crystal710/Pixabay

(**) Crédito das imagens: Divulgação/Alianza Mice Sudamérica