Em parceria com a FecomercioSP, a Alagev (Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas) divulgou hoje (17) o LVC (Levantamento de Viagens Corporativas) referente ao mês de maio. Segundo o estudo, o setor de viagens corporativas brasileiro faturou R$ 8,57 bilhões no quinto mês do ano, alta de 9,8% frente ao resultado de abril e de 171,7% em relação a maio de 2021.

Embora a comparação seja bastante frágil, visto que o período do ano anterior constitui a segunda onda de Covid-19, em que a movimentação do setor era quase inexistente, o valor se aproxima, e muito, dos patamares pré-pandemia. Durante o mês de maio de 2019, o setor registrou um faturamento de R$ 8,63 bilhões, ou seja, apenas 0,7% acima do verificado no mesmo período deste ano.

Retomada custosa

Segundo a entidade, o resultado positivo se deve a alguns fatores importantes. Primeiramente, à volta de investimentos em eventos e feiras por todo o país e a retomada das viagens de negócios. Segundamente, os preços elevados, tanto por conta da alta dos juros e da inflação, mas também pelo aumento do preço dos combustíveis. Este último atinge diretamente o setor de aviação, aumentando o preço das passagens aéreas em 122% na média dos últimos 12 meses.

“Mesmo com a economia ainda em recuperação, estamos conseguindo retomar os patamares pré-pandemia, e acreditamos que a tendência seja um fortalecimento ainda maior do setor nos próximos meses, ainda que o custo médio para eventos e viagens corporativas esteja elevado”, comenta Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da Alagev.

De acordo com a presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Mariana Aldrigui, o turismo de negócios sempre se caracterizou pela alta demanda de serviços mais caros, especialmente pelo curto prazo entre decisão e compra. “A revisão das prioridades em relação à produtividade desejada e o orçamento disponível causou alterações que podem não trazer os números aos mesmos patamares de 2019, o que não implica em menor faturamento”, explica Mariana.

“Mudança de padrões, de destinos ou mesmo de estratégias já estão em curso irão marcar significativamente o ano. O alerta principal se dá para empresas cujos orçamentos de viagens são definidos com muita antecedência – o efeito da inflação nos preços (especialmente de passagens) podem reduzir significativamente o volume de viagens no segundo semestre”, completa a diretora executiva.

(*) Crédito da capa: Pexels/Pixabay