Confirmando o otimismo do presidente da Abracorp, Gervásio Tanabe, as viagens corporativas seguem em ritmo de retomada. No mês de março, o setor faturou R$ 7,8 bilhões, alta de 290% na comparação com o mesmo período do ano passado (R$ 2 bilhões). Os dados são da LVC (Levantamento de Viagens Corporativas), criado pela FecomercioSP em parceria com a Alagev (Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas).

Considerando que as viagens corporativas e eventos praticamente cessaram durante o período de pandemia, é evidente que a base de comparação com 2021 seja bastante frágil. No entanto, em comparação com o mesmo período pré-pandemia, ou seja, março de 2019, o patamar se encontra 9,7% abaixo. Embora negativo, é um bom resultado, dadas as circunstâncias dos últimos dois anos. Já na comparação mensal, o setor faturou 44% a mais que no mês de fevereiro deste ano, quando registrou R$ 5,4 bilhões.

Fatores

Entre os fatores que a Alagev julga terem contribuído significativamente para esse crescimento, estão as festas de Carnaval, a retirada da obrigação do uso de máscaras nas regiões metropolitanas, a diminuição dos casos da variante Ômicron e a demanda reprimida. Levando em conta ainda que a pandemia freou muitas atividades e projetos, é de se esperar que muitos fossem reprogramados com a volta à normalidade, o que de fato aconteceu em março.

“O indicador apresenta um crescimento positivo para o nosso mercado”, afirma Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da Alagev. “Porém, a inflação e os impactos nos custos das empresas continuam sendo uma variável preocupante que pode limitar o crescimento do setor para os próximos meses”, continua.

Orçamentos e alta dos preços

Segundo o levantamento, muitas empresas fecharam o orçamento de viagens e eventos no ano anterior. Entretanto, não havia motivos para esperar um aumento tão expressivo nos custos, em especial no caso de passagens aéreas, que vem afetando o setor drasticamente. Com isso, se mostra necessário maior esforço de gestores de empresas para se  adequarem as necessidades ao orçamento previsto.

“Gestores de viagens corporativas se veem ainda mais desafiados a equacionar orçamentos e planos de viagens, com clara tendência a racionalizar as despesas”, comenta Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP. “Além disso, fornecedores, especialmente de transporte e hospedagem, serão mais pressionados para preservar o volume de clientes e serviços vendidos”, finaliza.

O estudo na íntegra pode ser acessado pelo link.

(*) Crédito da foto: Unsplash/Ross Parmly