Em estudo realizado entre julho e agosto deste ano, a Alagev (Associação Latina Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas) identificou melhora no quadro de eventos e viagens corporativas no Brasil. No entanto, é unânime entre 208 empresas consultadas que a retomada iniciada no início do segundo semestre não será o suficiente no momento. O pleno funcionamento de ambos segmentos deve acontecer em 2022.

A 3ª pesquisa “Tomada de Informações do Impacto do Coronavírus é embasada na fala de companhias aéreas, hotéis e resorts, agências de eventos e incentivos. Em suma, destaca-se que pouco mais da metade (56%) da cadeia de fornecedores de eventos e viagens corporativas aguarda a retomada integral para o próximo ano.

Os dados coletados pela Alagev mostram também que a pandemia impactou, significantemente, 90% dos fornecedores de eventos e viagens corporativos. Destes, 45% observaram o cancelamento completo dos encontros, enquanto 30% postergaram para datas futuras.

De acordo com Giovana Jannuzzeli, diretora Executiva da Alagev desde o final de março, o principal intuito do levantamento é mapear o comportamento de mercado, além dos anseios de fornecedores e gestores.

“É importante proporcionar meios e dados para que clientes e fornecedores se prepararem para o novo ciclo. Algumas viagens corporativas já foram retomadas e algumas tendências já são observadas. O contexto dos eventos e das viagens é outro, comparado ao período pré-pandemia e o compartilhamento dessas informações entre os players do mercado é essencial para a adaptação de todos com eficiência”, diz.

Viagens

Com relação às viagens, o que a Alagev observou é que a maior mudança está na política dos embarques. De acordo com o estudo, 51% dos fornecedores que participaram da coleta indicam que mudaram a metodologia de trabalho. Isso inclui a exigência de pré aprovação de um “C Level” para todas as viagens.

Em complemento, 30% também reportaram alterações nos critérios, exigindo aprovação da área de segurança, bem-estar ou medicina da empresa. “Essas medidas indicam retrocesso na autonomia do viajante, ou seja, mais burocracia. Por outro lado, em tempos de pandemia, possibilita mais segurança ao funcionário”, salienta a executiva.

Do total de participantes, 30% tiveram cancelamentos das viagens dos clientes, enquanto cerca de 55% observam aumento na demanda novamente. A expectativa de 68% dos entrevistados é que a retomada do segmento também ocorra completamente em 2022.

Orçamento

Os principais indicadores da pesquisa mostram que 25% das empresas pretendem retomar as viagens corporativas a partir de outubro deste ano. Antes, 23% retornaram em julho e 21% sinalizam que a volta apenas no ano que vem.

Além disso, 59% dos gestores afirmam que a verba diminuiu ante 2019, além de 92% acreditar que o volume de viagens corporativas em 2021 será 40% menor em relação a 2019. Este sentimento se instaura em razão do crescimento de negócios firmados por meio de reuniões virtuais.

Alagev: tendências

Cerca de 50 gestores de eventos que trabalham em grandes corporações também participaram do estudo da Alagev. Destes, metade cancelaram todas as cerimônias por conta da pandemia e 32% o fizeram parcialmente.

Com isso em vista, 73% dos entrevistados acreditam que os eventos presenciais retomam apenas em 2022. Indo além, para os próximos 12 meses, a maioria dos entrevistados esperam que os eventos continuem em esquema híbrido.

Pelo estudo, 93% dos gestores de viagem visam buscar oportunidades em locais abertos e ventilados, incluindo ao ar livre. Isso, na visão da Alagev, reforça a necessidades dos espaços tradicionais se atualizarem para esta demanda.

Por fim, 90% das empresas são a favor de testar o público nos eventos.

(*) Crédito da foto: Pexels