Após Booking.com e Expedia, chega a vez de outra grande OTA divulgar seu balanço referente ao terceiro trimestre de 2021. Hoje (5), o Airbnb reportou US$ 2,2 bilhões em receita, o que representa crescimento de 36% em relação ao mesmo período de 2019. O lucro líquido da OTA, por sua vez, foi de US$ 834 milhões, número quase quatro vezes superior ao registrado há um ano, marcando o trimestre mais lucrativo de todos os tempos na empresa.

Ainda sobre a receita total, o número supera o obtido no terceiro trimestre do ano passado, quando a arrecadação foi de US$ 1,3 bilhão. Ainda de acordo com o relatório, o crescimento mais que triplicou entre o segundo e terceiro trimestres, saindo de 10% para 36%.

Em termos de receita líquida, o faturamento no período foi 280% superior em comparação com o terceiro trimestre de 2020 e 213% em relação a 2019. Já o Ebitda Ajustado foi de US$ 1 bilhão, o dobro do obtido no período em 2020 – US$ 501 milhões – e mais do que o triplo dos US$ 314 milhões de 2019.

O valor bruto de reservas foi de US$ 11,9 bilhões, valor 48% superior mesmo período do ano pré-pandemia. Outro indicador que teve crescimento significativo foram as reservas de pernoites, que registraram alta de 29%. Por outro lado, os cancelamentos globais permaneceram com níveis superiores a 2019, revela a Phocuswire.

O Airbnb atribui os resultados à forte presença da marca na América do Norte, Europa, África, Oriente Médio e algumas regiões da América Latina, bem como ao aumento das diárias médias.

Airbnb: novos recursos aumentam conversões

Em call com analistas, Brian Chesky, co-fundador e CEO do Airbnb, disse que o recurso “I’m Flexible”, lançado em maio deste ano como forma parte de uma atualização dos produtos da marca, teve receptividade positiva por parte dos hóspedes e que, por este motivo, a empresa continuará a investir na ferramenta, adicionando novas categorias e aumentando a capacidade de pesquisa por datas flexíveis de seis para 12 meses.

Chesky pontua ainda que o recurso maximizou as taxas de conversão, porque possibilita aos viajantes encontrar uma propriedade adequada. “Há um novo paradigma nas viagens e essa flexibilidade veio para ficar”, diz.

“No futuro, essa será uma forma importante de as pessoas pesquisarem no Airbnb”, completa o CEO da marca, que também registrou crescimento de 40% no número de reservas para viagens fora de destinos urbanos, para os quais a empresa aponta melhora gradual, com as 10 principais cidades da plataforma representando 6% da receita bruta obtida.

Já as viagens internacionais respondem por 33% das diárias brutas reservadas no terceiro trimestre deste ano, frente aos 27% registrados no segundo, e 20% no primeiro. As long-term stays – estadias de longa duração – continuaram a ser a categoria de crescimento mais rápido do Airbnb, representando 20% dos pernoites reservados.

Além disso, a companhia afirma que 90% de seus ativos já aceitam long-term stays. Além disso, o número de propriedades que oferecem descontos cresceu 20% em relação ao terceiro trimestre de 2019.

A OTA também pontua que as mudanças feitas no processo de integração de hosts fizeram com que mais pessoas se interessassem por hospedagem.

Investimentos em marketing

A empresa afirmou que a campanha de marketing lançada em fevereiro deste ano – a primeira em cinco anos – contribuiu para aumento de 15% no tráfego da plataforma nos sete países onde a ação foi veiculada. Em termos gerais, os investimentos no setor tiveram aumento de 156%.

“Temos uma abordagem realmente diferente da de nossos concorrentes. A estratégia de marketing integrado de funil completo começa com RP e boca a boca. Ficamos felizes que está realmente dando certo”, destaca Chesky.

“Reduzimos nossa dependência do marketing de mecanismo de pesquisa e estamos muito felizes com esses resultados. Por isso, planejamos continuar concentrando esforços neste segmento ao longo do tempo”, completa.

O executivo afirma também que a empresa também deve realizar maiores investimentos na experiência de hotéis e espera que o produto seja uma área-chave para o crescimento da OTA nos próximos cinco anos.

(*) Crédito da foto: Reprodução/Phocuswire